Meio Ambiente

Cactos ameaçados de extinção

Que tal ajudar na conservação de plantas?” Uma pesquisa em andamento, visa a sensibilização das populações teresense e capixaba sobre a prática ilegal da comercialização de cactos ameaçados de extinção.

Por Haissa de Abreu Caitano

Mestre em Biodiversidade Tropical pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES- Campus São Mateus/ES). Atualmente é bolsista do programa Rede de compartilhamento de dados e divulgação da Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo – RIMA do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma) em Santa Teresa/ES.

Não há dúvidas de que os cactos são fascinantes! Certamente existem muitos motivos para entendermos o encanto que eles causam: são diferentes, não precisam ser regados diariamente e possuem lindas flores! Mas o que sabemos sobre essas plantas? 

Vamos conhecer um pouco mais sobre esse intrigante grupo?

Em primeiro lugar, é necessário pensarmos que cactos são muito mais do que plantas decorativas. Eles são extremamente importantes na natureza pois fornecem alimentos para diversos animais, como néctar e frutos, além de auxiliar no equilíbrio ecológico dos ecossistemas.

Assim como outras plantas, os cactos são utilizados pelo homem para diversos fins, mas o principal uso é como planta ornamental. Entretanto, em uma pesquisa realizada por pesquisadores de vários países, constatou-se que cerca de 31% dos cactos conhecidos estão prestes a desaparecer da natureza devido principalmente à destruição dos ambientes em que vivem e à extração ilegal para uso ornamental. Somente no estado do Espírito Santo, 16 espécies de cactos estão em estado de alerta! Ameaçadas de extinção.

No ano de 2018, um dos cactos ameaçados de extinção e ícone das restingas capixabas, o coroa-de-frade (Melocactusviolaceus), sofreu “na pele” (ou seria melhor dizer “nos espinhos”?) o que é ser retirado do seu habitat natural para ser comercializado ilegalmente na Região Metropolitana da Grande Vitória. Felizmente, a equipe de fiscalização do Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari, conseguiu resgatar alguns indivíduos. As plantas resgatadas foram utilizadas para um estudo de reintrodução na natureza, que está em fase final de publicação.

De forma geral, para comercializar plantas ameaçadas de extinção é necessário possuir o Documento de Origem Florestal (DOF) (instituído pela Portaria MMA n° 253/2006 e regulamentado pela Instrução Normativa MMA/Ibama nº 21/2014). Ou seja, para que espécies ameaçadas, como o coroa-de-frade, possam ser comercializados é necessário que os viveiros possuam o DOF.

Levando em conta todo esse panorama, a enquete intitulada “Que tal ajudar na conservação de plantas por um dia?”, que está em andamento, visa a sensibilização das populações teresense e capixaba sobre a prática ilegal da comercialização de cactos ameaçados de extinção. Participando, você conhecerá as principais espécies comercializadas, algumas das espécies com risco de extinção e poderá sugerir ações efetivas para auxiliar na conservação da nossa biodiversidade! 

Quer participar? Ainda dá tempo! Preencha o formulário https://forms.gle/rncRna8VPmboDgzg8 e auxilie em uma pesquisa científica!

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Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408