Quaresma
Por Miriam Loureiro
Através do tempo podemos tecer comparações, passado versus presente, em evolução diferenciam-se todas as recordações a propostas viventes. Exemplo, o que me vêm a memória da minha infância, as igrejas católicas em ocasião pascal todas as imagens de santos eram cobertas por panos roxos, os paramentos religiosos iguais, uma tendência a meditação mais solene, um jejum rigorosamente seguido e uma sentida dor por todo esse período como reverência a Cristo, isso faz um contraponto com o desenrolar dos fatos em metamorfose contínua. A Quaresma (40 dias) é uma preparação para a Páscoa do Senhor, iniciando na quarta-feira de cinzas até o domingo de Ramos, uma tradição até os primórdios do Cristianismo – significativamente nos deparamos com especificamente com o número 40: Noé (quarenta dias na arca), o exemplo da tentação de Cristo no deserto (40 dias), Moisés (40 anos vagando pelo deserto), possibilidade de Cristo ter permanecido 40 horas no sepulcro.
E aí nos vem a sábia natureza solenemente, silenciosamente, tranquilamente, abundantemente a nos oferecer as Quaresmeiras numa visível mostra dessa época, clareando nosso olhar e alertando nosso espírito em saudável respeito a esse momento. Nossas altas montanhas da “Doce terra dos Colibris – Santa Teresa” cobertas de verdejantes florestas são tocadas por um gigante pincel do Senhor Jesus Cristo que as colore com o roxo da quaresma, aqui e ali, eterno espetáculo a ser visto…