Em Santa Teresa teste de covid é questionado
Depois da repercussão causada pelos falsos positivos notificados no dia 26, que inviabilizou uma excursão, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) emitiu uma nota informando que os testes foram fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SESA), e afirma que em testes que se contradizem, vale o positivo, norma da Secretaria de Estado.
Um episódio para lá de estranho aconteceu há 4 dias na cidade de Santa Teresa no ES, uma excursão para Aparecida do Norte foi cancelada porque mais de 50 % da dos passageiros testaram positivo para Covid. Mais estranho ainda foi que aqueles que foram testados positivos, no dia seguinte, segundo contam, o teste deu negativo, causando indignação do grupo, que resolveu pedir explicações à secretaria de saúde do município.
Uma das excursionistas, Andreia Batisti, contou que na quarta (26), enquanto o grupo de 17 pessoas esperavam o ônibus que os levaria à Aparecida do Norte, de repente, apareceu servidores da vigilância sanitária e da secretaria da saúde dizendo que receberam uma denúncia de que naquela excursão havia pessoas positivas para o covid. “A gente sabendo que estávamos todos bem, sem nenhum sintomas, aceitamos fazer o teste, e não sei o que aconteceu pois 9 pessoas, inclusive eu, testamos positivo. Eu fiquei inconformada com o resultado porque minha mãe ia viajar comigo, e por causa do resultado ela também não foi.
Ontem de manhã resolvi procurar o PSF, para fazer outro exame, e como eu já desconfiava deu negativo. Todos que testaram positivo na quarta-feira, ontem testaram negativo. Acho que merecemos uma explicação da vigilância sanitária e da secretária de saúde”. Afirmou.
Uma passageira da excursão que não quis se identificar diz que Infelizmente não é a primeira vez que esses testes não funcionam. “Quando vai parar essa farsa? Foram 14 pessoas que tiveram que desistir da viagem por causa de um resultado errado, esperamos que alguém da secretaria de saúde possa estar tomando providências para que isso não se repita com outras pessoas, pois querem decretar lockdown a força, estão criando uma nova onda com testes falsos”. Aponta.
Outra excursionista, Juliana Sales, está inconformada com os danos morais e financeiros provocados por um teste sem valia. “Como pode a vigilância sanitária do município de Santa Teresa fazer testes de covid em pessoas assintomáticas e diagnosticar positivo e no outro dia todos fazerem o teste e dar negativo? Não podemos confiar nos testes que estão sendo feitos? Todas essas pessoas estavam com planejamento e deixaram de viajar achando que estavam com covid. Isso é muito sério e deve ser apurado”. Denuncía.
A comerciante M.R.H diz que é muito estranho o que aconteceu. “Chegaram na rodoviária e a vigilância sanitária já estava lá esperando, afirmando que havia gente infectada, como sabiam? Pior é que os dados da testagem errada vão impactar diretamente no mapa de risco municipal e estadual, isso é falso indicador”. Argumenta.
Fabiano Bebler diz que é um caso para Ministério Público. “Viagem paga, e com certeza a empresa de turismo não vai devolver dinheiro, quem vai pagar o prejuízo?
Já a comerciante Neuza A. Echer disse que a ação da prefeitura foi correta. “Com uma onda sendo anunciada e essas pessoas ainda inventam de viajar, tem que frear mesmo”. Opinou.
O vice-prefeito e médico Dr. Gregório Venturim diz que um teste desse, é preciso analisar várias etapas. “A coleta manual, conservação… todas as etapas precisam passar por contínuas revisões e manutenções. Vencida a etapa de conservação dos testes em ambiente próprio, têm ainda, o treinamento de quem coletou, a especificidade dela na bula, e a sensibilidade. É um teste muito bem colocado na questão de sensibilidade e especificidade mas, o teste ouro é o PCR, que vê até cargas mínimas. O que acontece é que é mais provável dar falso negativo: a pessoa faz um teste rápido do antígeno, realmente está com o vírus mas não foi detectado. Agora o positivo, os estudos mostram que ele é bem eficaz. O teste rápido positivo realmente é positivo. Na questão de assintomáticos, é preconizado que se faça os exames porque mesmo sendo assintomático, se transmite o vírus. O principal meio de conter a cadeia de transmissão é fazer testes em massa.
O terapeuta homeopata Wolf Henning diz que é preciso saber qual teste foi aplicado. “Já temos ciência pela palavra de inúmeros especialistas de que esse teste PCR, não vale nada, não é conclusivo, faz um ano que Portugal proibiu terminantemente esse teste. Sem o PCR eles não conseguiriam convencer a humanidade de uma pandemia. O teste dá positivo para frutas e até Coca Cola, como têm mostrado inúmeras provas”. Disse.
A Prefeitura Municipal de Santa Teresa emitiu um parecer através de nota, afirmando que todos os testes utilizados pela SMSA são fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (SESA), da empresa Instituto de Biologia Molecular do Paraná e Viva Check Biotech….Os testes rápidos são eficazes em detectar anticorpos monoclonais anti- SARS em amostras com quantidades altas de vírus. Porém, para amostras com carga viral menor, os resultados falso-negativos podem ocorrer com maior frequência, isto é, mesmo quando a amostra contém o vírus, o teste pode não o identificar. Dessa maneira, sobretudo em pessoas assintomáticas, mesmo que da realização de testes subsequentes, quando do resultado positivo esse prevalecerá sobre os demais resultados conforme orientações da SESA e dos fabricantes dos testes.
Confira a nota na íntegra.
NOTA TÉCNICA DE ESCLARECIMENTO TESTE RÁPIDO DE ANTÍGENO PARA COVID-19
No que tange aos testes de detecção rápida e qualitativa do antígeno nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em amostras humanas de swab nasal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Santa Teresa informa.
Todos os testes utilizados pela SMSA são fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (SESA), da empresa Instituto de Biologia Molecular do Paraná e Viva Check Biotech. Todo transporte e armazenamento dos testes é feito de maneira adequada conforme indicação dos fabricantes.
Os testes rápidos estão baseados na tecnologia do ensaio imunocromatográfico. Cada dispositivo possui uma linha de anticorpos monoclonais anti-SARS na linha de detecção, e uma linha de anticorpos policlonais anti-camundongo na linha de controle de qualidade. Quando a amostra de swab nasal é adicionada ao poço de amostra ela irá reagir com os anticorpos marcados para formar um complexo, a mistura então migra pela membrana devido ação capilar e interage com os anticorpos monoclonais anti- SARS revestidos na linha de detecção. Se a amostra contiver antígenos do SARS-CoV- 2 a linha de detecção aparecerá indicando resultado positivo. Caso contrário o resultado será negativo.
Conforme indicado pelos próprios fabricantes e técnicos da SESA independente da tonalidade da linha de detecção, sempre que ela estiver presente o resultado será considerado positivo.
Nos casos de resultado positivo as orientações de isolamento são fornecidas seguindo as orientações da SESA contidas na Portaria 013-R de 20 de janeiro de 2022. Pessoas assintomáticas que realizarem o teste e obtiveram resultado positivo também devem ser submetidas ao isolamento de 07 dias contados a partir da data de realização do exame, de acordo com a portaria supracitada, uma vez que não é possível determinar, pela ausência dos sintomas, se a pessoa está no início ou final da fase ativa da doença. Assim, o isolamento de 07 dias (normalmente a quantidade de dias que a doença permanece ativa) fornece margem de segurança para impedir a cadeia de transmissão da doença.
O teste rápido é fornecido a toda população sem qualquer obrigatoriedade de realização. Apenas a notificação do teste realizado na plataforma E-SUS OU se faz de maneira compulsória.
Os testes apresentam grande variedade de sensibilidade e especificidade. No caso daqueles utilizados pela SMSA são as seguintes:
– Immupass VivaDiagTM SARS-CoV-2 Ag Rapid Test (Viva Check Biotech): 100% de especificidade.
– Teste Rápido COVID Ag (Instituto de Biologia Molecular do Paraná): 98% de especificidade.
Os testes rápidos são eficazes em detectar anticorpos monoclonais anti- SARS em amostras com quantidades altas de vírus. Porém, para amostras com carga viral menor, os resultados falso-negativos podem ocorrer com maior frequência, isto é, mesmo quando a amostra contém o vírus, o teste pode não o identificar. Dessa maneira, sobretudo em pessoas assintomáticas, mesmo que da realização de testes subsequentes, quando do resultado positivo esse prevalecerá sobre os demais resultados conforme orientações da SESA e dos fabricantes dos testes.