Pop Ruas ocupam quadras e praças de Santa Teresa
A presença de pop ruas (desocupados ou itinerantes que vivem em situação de rua) na cidade de Santa Teresa sempre incomodou a sociedade teresense, De quando em quando surgem problemas relacionados aos pops.
Na gestão anterior, o secretário de ação social dizia que não achava solução e pediu ajuda ao Ministério Público.
O fato é que a presença dos pop ruas dormindo na quadra da rodoviária e nos bancos das praças, têm incomodado os moradores do centro e pais que costumam levar os filhos à praça.
Maria Rodrigues Casagrande, moradora do bairro São Lourenço, diz que estava sentada em um banco próximo à rodoviária quando viu um homem que urinava para fora da quadra de esportes em pleno dia. ”Eu estava com minha filha de 06 anos, na praça à espera do meu esposo que tinha ido pagar umas contas, quando vi um homem mijando, fiquei horrorizada, sou nova aqui, não sabia dessa situação. Podia ter um lugar para essas pessoas dormirem, depois fui ver, tinha vários dentro da quadra”. Conta.
Um comerciante que não quis ser identificado disse que o problema é antigo. Teve tempo de ter mais de 20 desses pop ruas pedindo dinheiro na porta dos mercados, são indivíduos viciados nessa vida, ficam um tempo, vão embora, vem outros, e o problema continua, deitam nos bancos das praças, ocupam a quadra, a prefeitura diz que a cidade têm que ter 50 mil habitantes para se fazer um abrigo, de vez em quando têm brigas entre eles mesmos, por causa de bebidas e drogas, é um problema que só o ministério público pode intervir.
O pop rua Adão Francisco disse para a reportagem que a prefeitura não ajuda em nada. Toda vez que a gente pede alguma coisa têm que fazer uma ficha. “O que a gente precisa é de um prato de comida, isso sim seria ajuda, mas não têm onde dormir, nem onde comer, têm que pedir nos restaurantes. Estou esperando uns exames médicos, já estive internado no hospital daqui”. Argumentou.
A Secretária Municipal de Assistência Social de Santa Teresa, Ivana Maria Massini, diz que a quadra da rodoviária já foi trancada 4 vezes, mas a estrutura e o cadeado são quebrados toda vez que fecha. “Temos uma política de município de pequeno porte 2, que nos norteia, e não temos condições financeiras para o município manter um *Centro Pop, pois são muitos gastos, não é só a estrutura, mas também nutricionistas, psicólogos, administração, cozinha etc. Esses centros são previstos para cidades com mais de 50 mil habitantes. No entanto, na sede nova do Creas que está sendo construída ao lado da prefeitura, já está previsto um banheiro externo para para essas pessoas fazerem sua higiene, tomarem banho.
A psicóloga do Centro de Referência Especializada e Assistência Social, Mayara Tótola diz que o Creas oferece atendimento aos pop ruas de segunda a sexta feira fazendo as abordagens, acolhendo, fornecendo kit de higiene, verificando se há necessidade de a pessoa voltar para o lugar de origem, identificando o vínculo familiar, avisando a família, fornecendo passagem. E para aqueles que têm problemas com drogas, são encaminhados para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “Temos limitações de ação, temos que respeitar a sua história, dignidade enquanto sujeito e os direitos da pessoa de ir e vir. Muitas vezes temos dificuldades de chegar perto deles, alguns pedem para a gente se afastar, não querem conversa e nós não podemos forçar ninguém.
* Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua) é um equipamento público vinculado à Proteção Social Especial de Média Complexidade da Assistência Social, onde são ofertados serviços para pessoas em situação de rua.