Victor Biasutti, um verdadeiro cidadão
“Há um vasto nevoeiro sobre tudo, abrindo aqui, fechando acolá, mostrando um pouco, encobrindo a seguir. Um sonho parece a vida, uma ilusão.
Elos jogados, perdendo-se na amplidão, no vazio, à ferrugem. Já não prendem, pouco significam, corrente que se desfaz.
Evapora, irreconhecível, o passado, sem futuro, tudo é presente.
No nevoeiro casas, árvores, pessoas, animais, toda a paisagem, a alma.
Em versos ufanos, disse:
“ Não crê ? ! É verdade !
É minha cidade,
É Santa Teresa,
A mais linda jóia
Do rico Brasil. “
( Epílogo – página 75 – BRUMAS – outubro/91 – Victor Biasutti).
Victor Biasutti, vulgo Vitinho, teresense, foi um cidadão ímpar. Marcou presença indelével em Santa Teresa. Autor dos livros Folhas Soltas, Somente; Esparsas, Escalada, Brumas, Momento Mágico, São Miguel Arcanjo, Pingos de Eternidade … além de haver participado na Obra Jornadas de Navegação com o HOMEM E O PENSAMENTO do HIGES e muitos outros escritos, quando foi associado e membro atuante da diretoria daquela Instituição. Em sua terra natal foi um permanente batalhador, presente no âmbito familiar, mas estendendo seu empenho para a comunidade. Foi o “alicerce” verdadeiro na construção da casa dos Vicentinos e fundador dessa Instituição. Empenhou-se na execução do projeto para construção do prédio da ESFA. Ele, inclusive, enviava pelos correios, exemplar de um livro de sua autoria, solicitando uma contribuição para aquela obra dos Capuchinhos. Desde o início de sua juventude foi um correto batalhador. Ajudava na alfaiataria de seu irmão Eugênio. Convidado para ajudar na agência dos Correios e Telégrafos, por muito tempo ali atuou como telegrafista. Estudou no Seminário Seráfico de Santa Teresa e depois ali foi professor. Lecionou no Colégio Santa Catarina. Fez o curso técnico de contabilidade chegou a estudar Direito e Filosofia, licenciado em Francês. Freqüentou a Escola Militar em São João de Petrópolis e ali trabalhava na biblioteca da então Escola Pratica de Agricultura. Autor do HINO A SANTA TERESA, em que mais uma vez demonstra o seu grande amor. Certa vez, por escassez de recursos locais, adquiriu uma combi, cuja finalidade era transportar, gratuitamente, as pessoas que necessitassem ir ao médico em Vitória. Num lote de terra, local ermo, no centro da Cidade, plantou abacaxi. Colhidos os frutos – colheita abundante – os colocou em frente à sua casa, à disposição de quem quisesse levar … Gratuitamente, é claro! Funcionário do Banco do Brasil, ocupou ali altas funções, quer seja como gerente na agência local e também como Inspetor regional. Em 31 de março de 2009 o Prefeito João Coser sancionou a Lei que denomina Victor Biasutti, partindo da Avenida Desembargador A. Cabral, no Bairro Ilha do Frade – Vitória.
Falar sobre o nosso Vitinho, seriam necessárias muitas páginas. Mas, sobre ele meditar e de seus exemplos aprender … Que satisfação! E, os exemplos ali estão: Dona Arlete, que sempre foi sua inseparável companheira e apoiadora. E os filhos Maria Helena, Victor Humberto e Luciana, que, junto ao Dr. José Antonio Pignaton, no Centro Educacional Leonardo Da Vinci desenvolvem um trabalho intenso, semeando a verdadeira educação, cultura, artes e convivência fraterna.
É a continuação do exemplo semeado por nosso VITINHO que entre nós permanecerá sempre encantado.