Augusto & Piero: Diálogos dos sonhos
Piero Ruschi
Quanto mais trabalho escrevendo a Biografia Oficial do Patrono da Ecologia do Brasil, mais sinto pesar a responsabilidade de comunicar e contextualizar a identidade de Augusto Ruschi, um herói patriota, para que a verdade sobre sua identidade seja útil e transcenda à rasura da narrativa esquerdista a respeito de meu pai. pseudo narrativas que há décadas contamina a pauta da agenda educacional ambiental, desinformando gerações. Fico feliz em compartilhar por meio desta coluna algumas conversas mentais que tenho com meu pai.
Piero: Bença pai.
Augusto: Deus te abençoe, meu filho.
Piero: Pensei muito no senhor nesta semana, em como deve ter sido difícil para a mamãe e você terem enfrentado abortos espontâneos enquanto tentavam me trazer ao mundo.
Augusto: Ela te contou?
Piero: Não exatamente. Descobri pelas suas palavras nas cartas que o senhor deixou. Mamãe me entregou tudo em 2018. Graças às cartas, às agendas e aos blocos de rascunho que estavam junto, passei a conhecê-lo muito melhor. Tenho ainda mais orgulho do senhor, pai.
Augusto: Que bom, meu filho! Mas me conte, por que ficou pensativo sobre seu nascimento justamente nesta semana?
Piero: É que nesta semana o Senado Federal está votando a legalização do aborto.
Augusto: Como é que é? E os senadores tem apoio para um absurdo desses?
Piero: O apoio ao assassinato de bebês no ventre é relativamente grande entre cidadãos desinformados.
Augusto: Como pode isso? Eles não conhecem a palavra de Deus? Não sabem nada sobre o sofrimento de se perder um filho? Vocês estão ou não no século 21, Piero?
Piero: Sim, estamos. Mas estamos tendo dificuldade para superar a máquina de desinformação que foi estruturada nas faculdades brasileiras. De lá saem essas ideias que se propagam via mal jornalismo. Mas hoje temos a internet na palma da mão, literalmente. Cada pessoa tem um telefone portátil que cabe no bolso, com tela, e que funciona como se fosse uma televisão ao mesmo tempo que um telefone, um álbum de fotos, máquina de escrever e até câmera. Então a comunicação está tão grande e isso foi tão rápido que as pessoas conseguiram se livrar da manipulação de informação feita pelos jornais e tv. E isso pegou os manipuladores de surpresa, tanto que eles só enxergam uma saída para retomar o controle, que é controlar a internet, uma coisa que é feita em países totalitários, como a Coréia do Norte.
Augusto: E por que ainda assim tem gente que apoia o aborto?
Piero: Bem, aí já fica mais complexo. Lembra que o senhor costumava explicar alguns problemas da falta de consideração pelo meio ambiente em detrimento ao narcisismo?
Augusto: Sim, lembro, a natureza sendo tratada como inimiga do homem em seu egoísmo máximo.
Piero: Fique tranquilo que essa lição a sociedade aprendeu. Hoje as pessoas apreciam a natureza e entendem que não se deve destruí-la – além da legislação protegê-la. Mas o narcisismo e outros desvios de personalidade estão com tudo na sociedade, junto e misturado, devido ao Gramscismo impregnado na cultura brasileira. E o Gramscismo estimula o narcisismo e outros desvios de personalidade colocando a sexualidade, a vaidade, o egocentrismo e até o ódio social em práticas comportamentais usurpando diversas causas de minorias identitárias, desde a sexualidade de crianças ao gênero e à auto identificação como espécies não humanas – a lista da confusão mental é longa.
Augusto: Poxa vida. Que lástima! A teoria do Antônio Gramsci foi pra frente é?
Piero: Infelizmente sim, e de forma bem sorrateira. Eu mesmo só tomei conhecimento em 2018. Mas pai, para o senhor ter uma ideia de como a coisa está feia, tem pessoas que se recusam a comer proteína animal, negando a própria evolução humana… outros se recusam a matar um ovo de galinha, outros defendem papagaios, enfim, mas na hora de defender a vida humana, apoiam o assassinato de fetos nos ventres das mães.
Augusto: Meu filho, fico feliz por você não apoiar uma coisa dessas. Que horror! Os bebês humanos pagando com a vida pela ignorância dos adultos. Mas tudo tem um preço… receio que tirar a vida de alguém também tenha um preço alto.
Piero: Tem razão, pai. Um estudo mostra que as mulheres que realizam aborto desenvolvem depressões muito profundas quando se tornam mais maduras, chegando até a cometer suicídio. Um vereador do Rio de Janeiro propôs uma lei para que as mães que queiram abortar sejam expostas ao ultrassom das batidas do coração de seus filhos antes de tomarem a decisão final, a fim de comovê-las a defender a vida humana. Teve também um médico que filmou a reação dos bebês ao procedimento abortivo. As imagens foram tão fortes que o médico parou de fazer abortos e hoje defende a vida. Imagens de tortura e sofrimento, como ele mesmo descreve.
Augusto: Não tenho dúvida, Piero. Passado o período de clivagem e dobramento celular, o embrião começa a se formar em sua plenitude de sistemas, os nervos, o cérebro, o coração, etc. Por isso ele já escuta, sente, pensa. É um ser vivo, uma pessoa!
Piero: Pai, agora vou te contar a parte mais podre disso tudo. Estamos vendo as pessoas que fazem manipulação social, manobrando a massa, incentivando apoio a abortos e outras agendas nefastas fomentando um discurso de redução da população humana.
Augusto: Por que isso? É falta de estudo?
Piero: Está mais para falta de honestidade intelectual.
Augusto: Como assim?
Piero: Em 2015 fui convidado a palestrar numa universidade sobre biodiversidade animal. Na ocasião, foquei no exemplo dos beija-flores do ES. Para a minha surpresa, um outro pesquisador que palestrou desviou repentinamente o assunto da mesa redonda para fazer alegações de que a maior ameaça à biodiversidade silvestre seria o tamanho da população mundial, alegando que deveríamos adotar medidas para diminuí-la, terminando sua colocação perguntando se eu concordava com ele. Respondi que não concordo e em seguida expliquei que já dispomos de tecnologia suficiente para aumentar a produção de comida e otimizar também a ocupação de espaços outrora impróprios, até mesmo desertos, bem como neutralizar a poluição e a produção garantindo uma eficiente ecologia urbana, finalizando com a sugestão de que nossos esforços deveriam focar em como baratear e distribuir a tecnologia.
Augusto: Boa resposta, Piero. Mas o que isso tem a ver com biodiversidade de aves?
Piero: Nada. Na hora também não entendi de onde veio aquela pergunta. Mas depois fui procurado por alunos que adoraram a palestra. Recebi também os cumprimentos dos docentes e dos alunos que organizaram o evento. Mas depois daquela resposta que não agradou ao professor, eu nunca mais fui chamado para nenhum evento do tipo. Descobriram ali que eu não fui contaminado pela máquina cultural que assombra as universidades – a mesma que coloca na cabeça de jovens que liberdade é poder abortar e poder usar drogas enquanto ensina que as obrigações cabem sempre ao outro, como o dever de não pensar que aborto seja um tipo de assassinato. Quem defende o aborto costuma gritar “meu corpo minhas regras”, mas se quer aceita debater o tema, excluindo o direito da sociedade de pensar a respeito e de discordar.
Augusto: Quer dizer então que até a academia de ciências está contaminada com ideologias?
Piero: Está sim, pai. Para ter ideia, os historiadores das universidades falam do senhor sem jamais mencionar os ensinamentos sobre verdade, honra e patriotismo que o senhor pregou para eles próprios nas universidades. Mas não se preocupe, o senhor terá sempre um apoio verdadeiro comigo.
Augusto: Obrigado. A mim não importa a fama e o nome. Importa o verdadeiro propósito. Estou surpreso com o que disse. Por essa eu não esperava. Frisei tanto aos jovens a importância dos valores morais para uma forte teia social e econômica que culmina em um meio ambiente protegido, forte e útil ao desenvolvimento do Brasil. Tenho fé em Deus de que os brasileiros descobrirão um meio de vencer mais essa batalha da eterna guerra entre Bem e Mal. Piero, me dá mais uma notícia boa antes de nos despedirmos?
Piero: Amém! Notícia boa, hum, deixa eu ver… ah sim, semana retrasada vi uma família de macacos, muriqui-do-norte aqui em Santa Teresa. Estão sempre lá no mesmo ponto que anotou na agenda de 1984. A Mata Atlântica ainda tem muitos bichos, graças ao Senhor.
Augusto: Viva! Que maravilha! Vou rezar para que a vida dos brasileiros seja valorizada pelos senadores.