ColunistasMyrian Loureiro

A casa

WhatsApp-Image-2019-03-26-at-09.16.56 A casa

Simplesmente o que nos toca, o que nos faz pensar, é o que nos transforma… O que nos eleva aos parâmetros , as dimensões do impossível, possível, e nos faz argumenta, suspirar, gemer, sorrir, cantar, mostrando aos sete ventos, que saem do interno ininterruptamente, para o externo, um constante falar, Que Belo, ou não! O que se mostra pela magia de ser aceito, atingido, usufruído vindo através de dezenas de anos passados, implacavelmente é o seu parecer, a mostra onde não há limites para o andamento da doação, o fazer esplêndido, e, perfeito. As limitações do nosso ser humano explodem… numa proeza eterna permanecendo o vencedor duma era de amor à construção. Onde é escolhida, a madeira certa, retificação dos delineamentos de encaixes corretos, divisórias incríveis dum remoto passado, apenas pela habilidade manual. E, então podemos vê-la, altiva, sobre andaimes vigorosos. Em continuidade, invencionaram-se uma estalagem no que poderíamos chamar de porão abaixo, ara supostos animais cavalares a seu serviço, dá-nos a serventia da admirável escada introduzida na lateral assoalhada, oferecendo-nos a possibilidade de penetrar nesse refúgio secular, e viajar no tempo.
Apalpar, pisar, perceber, as fechaduras, de apenas pau, onde não há frestas, nem fechaduras tradicionais, chão corretamente implantado sem o natural ranger cantado em versos pelos poetas. É uma casa com uma bela cozinha espaçosa, fogão a lenha com forno, um banheiro primoroso, marca duma época distinta de artifícios, apenas a verdade da necessária proeza, dum elaborar apropriado, marca dum tempo que superou o indispensável, para o prazer de viver bem.
Falamos duma residência de 110 anos, em Venda Nova do Imigrante, pertence à família Del Pupo, origem italiana que com nossos amados antepassados vieram na mesma época para o Brasil, foi desmontada e refeita, porém não perdeu o seu valor histórico, rico em harmonia, desvelo, consolidação visando a eternização. Atualmente chama-se Chácara Nona Teresa.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408