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O Poder Público não respeita o homem do campo

Por Gregório Venturim

Olhando retrospectivamente a história, conferimos que a agropecuária sempre foi uma das principais bases de nossa economia. Evoluiu de extensas e predominantes monoculturas para a diversificação da produção, hoje com altíssima produtividade em inúmeros segmentos.

Esse setor provoca o crescimento da economia, possui vocação empregadora e responde pela maior parte dos postos de trabalho, se destaca na geração de riquezas e distribuição de renda.Estamos entre os maiores do mundo em exportações, temos muitos produtos líderes de mercado,o que garante há anos um superávit da Balança Comercial.

O atual patamar de produção é responsável pela queda no preço da alimentação, com isso melhora a nutrição e saúde com reflexos na qualidade de vida da população urbana, injetando dinheiro no mercado e,aumentando o poder de compra de bens produzidos pela indústria e pelo setor de serviços.

O verdadeiro poder econômico da atividade rural nunca foi reconhecido pelo Estado como realmente merece, o produtor vem brigando corajosamente para manter suas atividades no campo, mesmo diante de crises sucessivas, políticas econômicas inadequadas e falta de fornecimento, ainda que mínimo, de serviços públicos essenciais.
Esse setor, apesar de garantir crescimento econômico, há anos vem sendo recompensado com juros altos, falta de infraestrutura, alta carga tributária e legislação ambiental imprópria. Imobiliza parte do patrimônio do produtor (reserva legal) e ainda lhe repassam encargo da conservação do espaço.

Além dessasd ificuldades, ainda tem a falta de mobilidade, um dos maiores entraves para a economia, pois o produtor rural é servido ou por estradas ruins ou deploráveis, sem condições de escoar sua produção e ver seus filhos frequentando a escola. O Estado só atende esse setor num ponto. Quando se trata de cobrar impostos.
Esse cenário não é diferente no Espírito santo, nem em nosso Município, principalmente quando se trata de segurança, mais recentemente, o nosso homem do campo, passou a ser atingido diretamente no seu patrimônio e na vida.

A falta de respeito com esses cidadãos causa indignação. Segundo a CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, não existem sequer dados oficiais suficientes sobre a condição real da criminalidade na zona rural. Em 2017 o Instituto realizou por iniciativa própria, um “Estudo sobre a Criminalidade no Campo” que deixa claro o nível de omissão e descaso do Estado. Para este, o fato praticamente não existe.

Esses verdadeiros guerreiros merecem um cenário de mais respeito. Do suor desses heróis anônimos é que saem os produtos para movimentar vários segmentos da nossa economia. Não poder contar com serviços públicos mínimos é um absurdo. A gestão pública precisa mudar rapidamente essa concepção, pois quem mais planta e sustenta esse país, absurdamente não colhe o fruto que lhe é de direito.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408