Municípios na contramão da política nacional
Por Gregório Venturim
Nossa pátria por um milagre sobreviveu ao antigo modelo de gestão federal que usava a propina como moeda de troca e o achincalhamento como forma de tratamento do dinheiro público. Agora precisa suportar uma incoerência ardilosa das administrações municipais, que buscam em eventos como a Marcha dos Prefeitos a Brasília, uma participação no bolo tributário federal, mesmo sabendo da insuficiência de verbas.
O Governo Federal se encontra com as contas totalmente desequilibradas, lutando com unhas e dentes para conseguir pelo menos diminuir esses déficits.Nos últimos anos a dívida pública vem crescendo espantosamente e nenhum governo se comprometeu em mexer em searas impopulares, como a reforma previdenciária e tributária.
Essa situação de crise econômica se agravou de 2015 para cá, quando desestabilizou as finanças dos municípios, mas é sabido que os exageros de gastos com as folhas de pagamentos contribuem e muito para piorar esse quadro. O mais preocupante mesmo é a inércia dos gestores municipais, que ao invés de buscarem medidas de ajuste fiscal, agem como meros expectadores de uma recuperação econômica milagrosa, esperando que do nada haja um aumento dos repasses estaduais e federais.
O País foi entregue ao governo atual com a máquina inchada e quebrada. Aquilo que impede o desenvolvimento econômico, atrapalha a iniciativa privada, principalmente o empreendedorismo, pois nenhum empreendedor lúcido pensaria em investir num cenário economicamente catastrófico como o atual.
Lamentável que nossos gestores municipais não façam nem o mínimo, nem sequer o dever de casa, não diminuem os gastos, não se preocupam com a eficiência na arrecadação e muito menos se existe possibilidade de haver sustentabilidade econômica no local onde administram, ao contrário, incham a máquina pública, loteiam os cargos com apadrinhamentos políticos, troca de favores, talvez a única e principal preocupação seja a reeleição ou sucessão.