ColunistasSimone Zamprogno Scalzer

A mulher na emigração italiana para Santa Teresa analisando o romance histórico Karina

O processo imigratório geralmente é debatido pelos relatos e visão masculina do homem desbravador. Os documentos históricos sempre marcavam o registro de entrada dos patriarcas. A mulher tomava certa notoriedade nos registros de terra por ocasião da morte de seu parceiro. Onde mesmo assim aparecia como viúva, que assumia a posse da terra e se responsabilizava pelo pagamento.

“Theresa Decarle Avancini, colona italiana, viúva, havendo pago, como prova(…) a quantia (…), proveniente do lote de terras sob nº 214, que foi distribuído a seu pai Domenico Decarle, falecido há mais de seis anos, sito nolugar denominado Timbuy” da ex-Colônia Santa Leopolidina, vem respeitosamente solicitar respeitosamente que vos dignais mandar-lhe expedir o seu título definitivo (…) 5 de julho de 1890”
(Processos de Terra, APEES).

Ao contrário do que podem aparentar os registros históricos, as mulheres tiveram papel decisivo em todo cenário migratório analisado. Muitas emigram seguindo seus maridos, ou motivavam a imigração para salvar seus filhos das ameaças das guerras. A grande maioria das mulheres imigrantes acompanha seus maridos nos trabalhos da roça, além de cuidarem das atividades domesticas e de suas responsabilidades de mãe.

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No romance Karina o processo imigratório é apresentado sob uma perspectiva feminina. A narradora e personagem principal Karina, descreve o processo a partir de suas experiências. Karina é obrigada a emigrar seguindo seu marido. Sofre as angústias, de abandonar os pais para sempre e partir para uma terra distante. Depois da viagem migratória e de uma longa caminhada por trilhas que iam sendo abertas na mata recém desbravada, ao alcançarem os lotes coloniais, essas mulheres, ajudam seus maridos com os trabalhos e quando o marido de Karina resolve partir em busca do ouro nas terras do Rio Doce, ela cuida sozinha do filho e dos trabalhos na venda (comércio) da família. A perspectiva feminina do processo imigratório da Itália para Santa Teresa-ES apresentada no romance Karina, traz detalhes do cotidiano feminino daquele período, pouco abordados nos estudos sobre migrações, mas presentes em alguns poucos documentos e principalmente nos relatos orais dos descendentes de mulheres imigrantes.

No romance Karina o processo imigratório é apresentado sob uma perspectiva feminina. A narradora e personagem principal Karina, descreve o processo a partir de suas experiências. Karina é obrigada a emigrar seguindo seu marido. Sofre as angústias, de abandonar os pais para sempre e partir para uma terra distante. Depois da viagem migratória e de uma longa caminhada por trilhas que iam sendo abertas na mata recém desbravada, ao alcançarem os lotes coloniais, essas mulheres, ajudam seus maridos com os trabalhos e quando o marido de Karina resolve partir em busca do ouro nas terras do Rio Doce, ela cuida sozinha do filho e dos trabalhos na venda (comércio) da família. A perspectiva feminina do processo imigratório da Itália para Santa Teresa-ES apresentada no romance Karina, traz detalhes do cotidiano feminino daquele período, pouco abordados nos estudos sobre migrações, mas presentes em alguns poucos documentos e principalmente nos relatos orais dos descendentes de mulheres imigrantes.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408