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“Seja paciente no trânsito, para não ser paciente no hospital”

Por Maria Aparecida Rampinelli

Achei maravilhoso este slogan que encontrei lendo um dos artigos da internet, sobre uma campanha publicitária de trânsito, há algum tempo; e isto me fez refletir sobre a palavra ansiedade. O que é ansiedade? É uma força impetuosa e impaciente, que podemos traduzi-la, para uma compreensão melhor, como uma pressa que colocamos dentro de nós, e que mesmo estando em um lugar calmo e de profunda paz, poderemos nos sentir agitados e apressados internamente.

No trânsito, ela é uma grande vilã, porque o condutor com pressa, irá cometer uma série de imprudências, como: ultrapassar em local proibido, não respeitar a faixa dupla na pista, cortar nas curvas e não respeitar o limite de velocidade, e com isso, gerará acidentes e óbitos nas vias públicas. Na verdade, é uma cadeia de ações: ansiedade que gera imprudência, agressividade, violência, acidentes e mortes.

A falta de uma vida disciplinada em meio a tantas ações diárias, resulta em estresse. Se não consigo administrar bem o meu tempo, preciso correr para chegar ao trabalho, para entregar a carga na empresa solicitante, para deixar o filho na escola; tenho que correr pelo medo da bronca que posso levar do patrão ou do conjugue, pelo desejo de rever a família, pela necessidade de descanso, etc. Culpamos ao estresse, mas não redirecionamos as nossas vidas. E, assim, parece que o trânsito não requer nenhuma atitude de paciência, tolerância, curtição e amor.

Acho que o título traz uma grande reflexão: se eu não controlar ou trabalhar melhor a minha ansiedade, se não me tornar paciente no trânsito, um outro local que me tornarei paciente rapidamente, será no hospital; e depois, na fila do INSS, em busca de um Auxílio-Doença, de uma Aposentadoria por Invalidez, ou mesmo, à fila do cemitério.
Trânsito não é lugar de correria, de pressa, mas de atenção, cautela, gentileza, disciplina, de uma comunicação positiva, de solidariedade, de responsabilidade social, de alegria e respeito às suas leis e sinalizações, e também, aos colegas humanos e animais que por ele circulam. Nada melhor que cuidar de si e do outro, e também, realizar uma viagem tranquila, vendo e admirando as belezas da Mãe-Terra.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408