O Convento da Penha
Como se faz a construção d’uma aquarela? Como surgem num papel em branco ou tela, múltiplas figurações feitas para se expor ao olhar humano? Será que os nossos sonhos nos levam a essas realizações? O pensar de cada um é único. Minhas fantasias, minhas buscas, induzem minha curiosidade a tentar ergue-las … no cotidiano da vida encontro lá no fundo duma velha cômoda preciosos papéis guardados, e uma foto do Convento da Penha…. Amarelecida…. Antiga…Das primeiras que se conhece. Assim, em papel de aquarela, ouso desenha-lo, aquarelando, colocando à mostra meus sentimentos.
É como se a estivesse vendo pela primeira vez. Percebo na foto
a montanha, coroada em seu cume magnificamente, com O CONVENTO DA PENHA, exibindo em sua elevação, o aprendizado infantil, O CAMINHO DE PEDRAS…
E a ladeira coberta de rochas desiguais é a representação do fato, que se exibe nas pedras consumidas pelas chuvas, pelo sol inclemente, pelo tempo, fazendo surgir lembranças remotas
, observações imorredouras…
Concluindo, escolhas de existência, continuo a fazer uma composição minha em tela, de seleção, de abertura de criação. Vi e revi essa relação pontuando assim: o caminhar sobre pedras dos romeiros, convictos, ardorosos , pelo seu usar …a subir… subir incansavelmente…geram sutil, indescritivelmente um ar rarefeito de dor, de calor, que metamorfoseia-se em FÉ, o perfume da crença…Perfume de rosas…São pedregulhos que se transformam em rosas, tantas e tantas pelo meu pincel que cinge o painel… que as faço em alargada doçura ao redor desse símbolo, ora ascendendo, ora descendo, transpondo arvores, ferragens do PORTAL PRINCIPAL, espargindo=se pelo assoalho, numa reprodução surreal duma flor maior. Faz-se notar HUMANIDADE DE ROSAS…