Carreata fecha o centro da cidade contra o Tombamento
Uma carreata de protesto contra o Tombamento do sítio histórico de Santa Teresa circulou pelo centro da cidade na tarde desta quarta feira (25) com palavras de ordem contra o processo de tombamento provisório aberto pela Secretaria de Cultura do Estado. Centenas de pessoas se reuniram em frente à sede da prefeitura e fizeram discursos contra o processo em andamento desde 2013.
Esse foi mais um desdobramento desta novela que se transformou em uma queda de braço entre àqueles que são contra e os que são a favor do tombamento.
De acordo com os organizadores o intuito é de sensibilizar as autoridades de que a população não quer a intervenção do estado nos casarios da cidade, pois não agrada a maioria dos munícipes.
O empresário Júnior Macci diz que as cidades onde houve tombamento dos casarios estão desoladas e abandonadas. “O governo não cuida, não têm dinheiro para manter o sítio Histórico e quer intervir em nosso patrimônio, depois somos impedidos de mexer em nossos próprios prédios e o estado não cuida por que diz que não têm dinheiro, parece até que a finalidade é acabar de vez com a cidade”.
Já para a arquiteta da Secult e doutora em Patrimônio, Eliane Lordello, um tombamento é um mérito e um reconhecimento. “Isso garante a identidade e a força do local, além de ser algo eminentemente afetivo”. Explica.
O processo de tombamento do Sítio Histórico de Santa Teresa foi iniciado em 2013 pela professora Laurany Marcia Matiello Redins, moradora da cidade, e incluía, na época, 32 imóveis isolados em área urbana e rural do município. Em 2015 uma comissão técnica foi criada composta por historiadores, arqueólogos e representantes da Secult e do Conselho Estadual de Cultura (CEC) para analisar o tombamento proposto.
Em fevereiro deste ano o CEC aprovou o tombamento provisório. No começo de julho, foi realizada reunião pública na Câmara Municipal para esclarecer melhor como funciona o processo de tombamento.
Já em agosto, no dia 29, uma nova Audiência Pública foi realizada na Câmara Municipal de Santa Teresa para debater o tema com o objetivo de avaliar a importância do tombamento e contou com a participação da população, técnico em patrimônio da secretaria de Estado da Cultura (Secult) Rodrigo Zotelli Queiroz e de representantes do município. Nesta turbulenta audiência onde oradores contra e a favor colocaram suas teses, a maioria dos presentes com faixas de protesto pediram um plebiscito que foi representado na casa de leis pelo vereador Deloir Zannete.
Obra de creche é paralisada
Por causa do tombamento provisório, um decreto de paralisação das obras de reforma e ampliação da EMEI Nonna Cizela, em Santa Teresa, foi publicado no último dia 16, no diário oficial.
De acordo com a publicação as obras de reforma e ampliação da creche foram embargadas por conta que o imóvel, se encontra em uma área demarcada como parte do Sítio de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Espírito Santo pelo Conselho Estadual de Cultura.
Segundo a secretária municipal de educação, Madalena Baratella, a unidade educacional atende aproximadamente cerca de 157 crianças, com a ampliação do imóvel, a escola atenderia mais 120 alunos na faixa etária de 2 a 4 anos de idade, o que por sua vez estaria suprindo as demais necessidades do município e acabando com a conhecida lista de espera.O que é o tombamento
O tombamento
É um ato administrativo que objetiva preservar com aplicação da lei, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.