Entrevista com Celio Perini
Entrevista com o servidor público municipal, artista autodidata, vegetariano há mais de 40 anos, voluntário do Circolo Trentino di Santa Teresa, desde a sua fundação em 28/07/1987.
STN – Você é de Santa Teresa? Pinta desde quando?
Célio Perini – Sim. Nasci aqui sou descendente de italianos. Pinto desde criança. Amo a pintura, na adolescência ganhei uma caixa de tintas aquarela, depois passei a usar óleo sobre tela. Sou autodidata. Depois em razão da doença do meu pai, fiquei sem pintar por mais de 20 anos. Também tinha a minha mãe para acompanhar. Quando o grupo se formou descobri que ainda podia pintar, daí retornei fazer o que mais amo na vida, pintar, quando estou pintando meu mundo se restringe a mim, a tela, tinta e os pincéis.
STN – Como surgiu essa união de artistas que deu origem a exposição?
CP – No ano passado aconteceu um evento chamado “Virada Cultural” organizado pela Secretaria de Turismo e Cultura de Santa Teresa, com o objetivo de valorizar e descobrir novos talentos no município. Um grupo foi convidado, inclusive eu, e fizemos uma mostra no Museu de Biologia Mello Leitão, hoje INMA. No dia seguinte ao coquetel as telas foram expostos ao ar livre no museu. A iniciativa foi muito valorizada e daí em diante o grupo foi realizando outras exposições como no Festival de Gastronomia, no Santa Jazz, em uma loja de material de construção e agora na sede da Secretaria de Cultura.
STN – Como está a exposição aqui na cidade?
CP – A mostra foi bastante visitada, com muitos pedidos para que após a exposição da Assembléia Legislativa do Espírito Santo (Ales), retorne a Santa Teresa com o objetivo de proporcionar que às escolas a oportunidade de visitar também.
STN – A idéia das escolas terem acesso à uma exposição de arte é muito boa.
CP – Pessoalmente acho que todas as manifestações culturais e artísticas são muito importantes para que novos talentos surjam. E a valorização dos já existentes. Muitas pessoas não têm oportunidade de ir ao teatro, cinema, livrarias, concertos músicas. Então o mínimo que podemos fazer é mostrar o nosso trabalho. Não tenho interesse financeiro, nunca vendi uma tela, prefiro doá-las, pois são como filhos para mim. Rss.
STN – Têm outra atividade artística?
CP – Sim. Também canto no coral do Circolo Trentino há 37 anos.
STN – Então o evento foi importante enquanto mostra de arte?
CP – Sim. Muito, gostaria de levar arte a todo lugar, principalmente às zonas rurais do município Imagina quantos talentos que talvez nunca serão descobertos. Acho isso um pecado. Rss.
STN – Então você pinta por Hobby? Não se considera um artista?
CP – Não viso a parte comercial, sou muito apegado às minhas obras, como te disse, prefiro doar. Sempre acabo doando alguma. Não tenho vaidades, não me considero um artista, apenas amo a arte. Sou apenas uma pessoas que bota o coração na frente de tudo, e consegue ver tantas belezas na natureza, nos animais, no semblante das pessoas. Sou meio louco.