Matéria sobre vídeo que viralizou no Twitter provocou polêmica no facebook em Santa Teresa
Palavra do editor sobre a matéria do vídeo que gerou polêmica no Twitter, no facebook e em nosso site, comentários a favor e contra, colocam em cheque a pergunta que não quer calar, Que conteúdo produzimos sobre Santa Teresa? Onde estão os formadores de opinião? Isso também chocou a mim, pensei: Quantas vezes poderia ter utilizado o Twitter para levar informações sobre a minha cidade e quantas vezes perdi a oportunidade de divulgar nossas belezas e nossa cultura. Ao final desse artigo entenderemos um pouco sobre a pedagogia da provocação pela informação.
Por: Seixas Baré
Uma jovem estudante que, sem aparato profissional de som e vídeo, apenas com parcos recursos de edição produziu um vídeo com mérito próprio, o que por sí só, já é um incentivo à quebrar a barreira do conforto, e partiu para a ação. Conseguiu audiência entre os formadores de opinião, os pauteiros da notícia no Brasil. Imagine o que uma boa publicidade poderia fazer por nosso município no pós corona? Imagine no que estamos perdendo em não ter formuladores no twitter falando de nosso pitoresco e especial lugar: “A Doce Terra dos Colibris”
Houve leitores nos lembrando que em Santa Teresa há muitas coisas positivas e existe muitas pessoas, com pensamentos positivos, que fizeram excelentes trabalhos sobre a cidade, que deveriam estar estampados no jornal. Afirmando que estávamos aplaudindo sátiras pejorativas, dizendo que considerou o vídeo ofensivo.
Quanto ao questionamento da leitora, Há 5 anos, divulgamos os artistas, os profissionais, as personalidades culturais, as artes, a cultura e a história de Santa Teresa, sem cobrar nada pelas matérias, trabalho voluntário, sem ganhar às vezes nem obrigado.
Agora gostaria de compartilhar a ótica do jornal como instrumento de transformação social que deve ser, para isso deve sempre provocar a realidade a sair do vício do tempo.
A função de um jornal não é fazer apologia a nenhum lugar ou seguimento, mas divulgar a informação, e obrigatoriamente levantar a tese ou problema para o debate.
A intenção do jornal não foi expor a internauta a um julgamento, nem tão pouco denegrir a cidade, mas tão somente colocar em pauta um assunto relevante que foi a audiência no Twitter, justamente no nível da formulação da realidade, dos formadores de opinião, dos geradores de pauta, dos geradores de leads. Porquê isso aconteceu? A indagação é a única intenção do jornal. Colocar em pauta uma discussão, sem julgar os méritos, pois o povo pode opinar, e opinou.
A matéria é lógico, provoca o debate, mas confesso que não esperava tanta afetação e ataques à jovem, que tenho certeza, não teve a intenção de denegrir a cidade, mas brincar com nossa realidade como todo jovem, mas tenho que admitir também que de alguma forma pode ser negativo, não no nosso site tem alcance local, Porém no ambiente muito mais vasto, pois o vídeo da Esther bombou no twitter.
Vi ataques à jovem por pessoas que não leram a entrevista ou não notaram a fala cheia de encanto da jovem: “Adoro esse clima mágico, minhas melhores lembranças são daqui”.
Dentro de nossa sociologia, cada elemento desses expostos pelos leitores, revelam em sí as próprias carências de identidade do município que ama ser o que é. Mas não sabe ainda exatamente quem é. E aí entra competência de uma a secretaria de turismo e a de educação em uma campanha permanente para criar um sentimento de pertença na sociedade como um todo. Não para um segmento específico.
Espero que estas reflexões sirvam para lançar luz sobre o trabalho de divulgação de nossos bens intangíveis, Nossas riquezas etno culturais, Nossa história e principalmente nossos talentos. Trabalho esse, incessante nas edições do Santa Teresa Notícia .
Temos um plano pontual?
Existe um plano de turismo com metas? Qual é a meta? Ser o principal destino turístico do estado? Existe um plano técnico com um fluxograma de ações e cronograma para se atingir esse escopo? Nunca presenciei uma campanha aqui no município, nem do CDL, nem da secretaria, nem de agências, nem dos bares e restaurantes. Tudo ainda não passa de palestras para grupos especializados, mas para a população, nada, aliás tem àqueles leads que interessam aos grandes jornais, que já são patrocínio de grandes empresas, estas viram pautas, e o município ainda tem que doar cerca de R$ 60.000,00 anuais para esses veículos.
Acho que o trade poderia se reunir e todos juntos pagar uma agência para produzir conteúdo afirmativo para cidade, se dar a conhecer ao turista B e A, e não somente o turista C.
Na maioria dos comentários ví muita sensibilidade também, desprovido de ressentimentos e de olhar cítrico, reconhecendo que é apenas uma jovem brincando, que esta jovem ama Santa Teresa e tal.
Quais os pontos e reflexões que podem surgir a partir desta situação? será que não podemos representá-la? E identificar nossos pontos fracos na comunicação de nossa identidade, nossas belezas em arquitetura, em gastronomia, em folclore e tradição, na língua, nas belezas naturais, em Ruschi, além de dezenas de atrativos que poderíamos continuar pontuando. Será que se tivéssemos conteúdos criativos sobre nossas riquezas, não alcançaremos muitas vezes mais, visibilidade que a ousada Esther, que sem querer nos fez pensar sobre nosso papel nos destinos de nossa história que passa pela própria produção de conteúdo sobre nossa identidade. E o tempo vai passando, urgindo urgencia.
Estamos em pleno século 21 e ainda nos deparamos com pessoas que não tem o mínimo de empatia pelo seu próximo.
O que me entristece é me deparar que uma brincadeira de uma criança tivesse tanta repercussão negativa.
Uma cidade maravilhosa, histórica, com muito a oferecer e que tenho um grande orgulho de ser filha. Acho que todos temos muitas coisas importantes pra fazer, principalmente nesses tempos de pandemia! Tanta gente precisando de ajuda…
Parabéns pela matéria e por levantar essa questão de que existem coisas mais importantes que uma brincadeira de criança…