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Se sair o vírus pega, se ficar o emprego some!

Por Olavo Moreira de Barros Suboficial da Militar da Reserva da Aeronáutica e pequeno empresário

Em tempos de pandemia da COVID-19, o que mais se debate é a relação saúde x economia. O isolamento social empregado pelo governo estadual com fechamento do comércio e diminuição das atividades produtoras reduz a crescente curva do número de infectados, porém impacta diretamente na produção, no consumo e na arrecadação de impostos. Para compensar, o governo federal está expandindo os programas de auxílio ao cidadão de baixa renda, as micro e pequenas empresas e ao microempreendedor individual.

A princípio acreditou-se que os municípios de menor porte seriam menos afetados tanto pelo vírus como na economia, pois muitos munícipes são produtores rurais e funcionários de prefeitura. Porém uma outra grande parte da população é de funcionários do comércio e estão sendo apoiados com esses auxílios do governo, mas até quando vai durar o dinheiro dos programas do governo? Até quando o pequeno empresário vai conseguir pagar suas dívidas? Uma coisa que aprendi com tudo isso é que a única coisa que não atrasa é o tal do boleto…

Muitos especialistas entendem que o isolamento horizontal aplicado pelo Governador Casagrande é importante para conhecermos a doença e criar uma infraestrutura capaz de atender os casos mais graves da doença. Já foram gastos milhões de reais nesses quase dois meses e a infraestrutura prometida ainda não foi montada. Outros especialistas defendem o isolamento vertical, onde o grupo de pessoas com maior risco e com doenças preexistentes ficariam em casa e os demais continuariam trabalhando e isso faria com que a população desenvolvesse imunidade mais rápido e não afetaria tanto a economia do País, do Estado e dos Municípios.

Em todo o Espírito Santo só o comercio já demitiu quase 50 mil funcionários, a indústria outros tantos mil, o número de falência de empresas cresce a cada dia e produtores rurais estão jogando suas produções “no lixo” por falta de consumidores. Até produtores de café estão tendo problemas na contratação de mão de obra para a colheita.

Mas fica a pergunta: o remédio vai matar mais que a doença?

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408

Um comentário sobre “Se sair o vírus pega, se ficar o emprego some!

  • Boa, Olavo… Bela reflexão… Obrigado por isso.

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