Meio Ambiente

Teresense é indicada ao prêmio Capixabas do Ano

Uma vida dedicada a obra de Ruschi

Graduada em História, 33 anos de vida dedicada ao MBML,  Sócia fundadora da Associação dos Amigos do Museu (Sambio), ativista das causas de preservação do patrimônio natural e cultural, estamos falando da Servidora Rose Loss Kollmann, indicada ao Capixabas do Ano 2016, prêmio que escolhe as personalidades que mereceram destaque no cenário estadual. Indicada pelos editores de A Gazeta, Rose concorre na categoria meio ambiente com mais dois indicados, o professor da Ufes Sergio Lucena de Vitoria e o sargento da PM Anderson Sabará da Silva de Barra de São Francisco, ambos ligados a projetos de proteção ao meio ambiente. Você pode votar online no link no final da matéria. A votação vai até dia 13 de Abril e no dia 25 acontece a entrega do prêmio aos vencedores.

 

20170411_151910-300x225 Teresense é indicada ao prêmio Capixabas do AnoPrimeira de quatro filhos do casal Armando Loss e Maria Cecília Sancio Loss, Rose Loss entrou para o Museu de biologia Mello Leitão em 02 de fevereiro de 1984, acompanhou de perto o trabalho do patrono da ecologia, o cientista Augusto Ruschi fundador do MBML. Foi linha de frente nos principais movimentos em favor da preservação do patrimônio ambiental e cultural do município, como o abraço ao museu quando estava em risco de fechar definitivamente, SOS Ruschi e outros.

Rose Loss recebeu o jornal Gazzetta di Santa Teresa para um bate papo em sua sala de trabalho no Museu de Biologia prof. Mello Leitão (MBML) na sede do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).

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GST – Quando e como foi seu ingresso no Museu?

Rose Loss – No final de 1983, eu morava em Vitória, iniciava a vida de modelo, quando minha mãe me liga informando que prof. Ruschi estava passando o Museu para a esfera governamental a fim de proteger o patrimônio adquirido e precisava de pessoas para trabalhar na nova estrutura. Eu havia sido indicada por minha tia para estar fazendo um teste, fiz. Comecei a trabalhar com o Professor Ruschi no início de  1984.

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GST – Pelo que sabemos você esteve envolvida em campanhas, abaixo assinados e outras lutas em favor da preservação, sempre foi assim?

Rose Loss – Sempre fui muito ligada a natureza, apaixonada pelas plantas desde criança, o desmatamento sempre me entristecia, depois herdei de Ruschi a paixão pela defesa da floresta. Sempre fui fascinada pelo Prof. Ruschi,  ao lado dele aprendi a ser o que sou hoje. Lembro de uma de suas palestras aos estudantes, no saguão do Hotel Pierazzo, eu tinha 14 anos, me encantava sua paixão pelos beija flores. Augusto Ruschi movia o mundo para proteger esse patrimônio natural que ainda nos resta, na década de 70 quando o falecido Elcio Alvares, então governador, queria acabar com a reserva de Santa Lúcia, Ele organizou a Caravana Ecológica, trouxe pessoas de todo Brasil para cá, para garantir todo esse patrimônio natural que temos hoje,  devemos tudo a ele. Na década de 80, o governo tentou acabar com o museu, o presidente Collor dizia “pra que serve esse museu?“ é nós fizemos um movimento SOS Ruschi para defender a vida do Museu de Biologia , o único museu de historia natural do estado. Sempre houve desafios, não é fácil defender  o meio ambiente, mas eu sou assim, eu gosto de cuidar do que é nosso, da nossa casa que é das gerações futuras, o abraço no museu, no casarão do Bassette que queriam demolir, e hoje ele está preservado  e hospeda uma linda loja .  

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GST – O que essa indicação representa pra você?

Rose Loss – Pra mim já é uma vitória ter essa visão do mundo e do lugar onde estou, me sinto realizada e orgulhosa com essa indicação, dedico ao Prof. Ruschi e a cada um dos indicados, pois essas pessoas fazem a diferença nesse mundo atual onde a ganância consome nossos recursos naturais e nossa qualidade de vida. portanto todos merecem esse reconhecimento. A indicação desse prêmio de A Gazeta me emociona, é um orgulho pra mim, é um reconhecimento, principalmente pelo trabalho desenvolvido no Museu e nossa luta para manter a instituição funcionando através das décadas de crise.

GST – Como você resume seu trabalho?

Rose Loss – Gosto do que faço, o Museu é minha segunda casa, pra mim é uma inspiração trabalhar aqui, faz parte da minha vida, são 33 anos dedicados à instituição, Meu trabalho eu fiz e vou continuar fazendo, quero que esse rio seja limpo, que o trabalho do prof. Ruschi seja preservado, que haja incentivo para pesquisas e desenvolvimento cultural e econômico  para Santa Teresa.

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Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408