ColunistasMyrian Loureiro

Emoções e sentimentos

Por Myrian Loureiro

O que faz emoções obedecerem aos nossos neurônios é quando algo toca nossos sentimentos que decorrem delas…

…sempre prestigiamos na medida do possível da Festa dos Imigrantes em Santa Teresa em Junho… e desde criança o encantamento de sonhar junto ao Coral por tudo que ele representa era um viver, sentir, olhar a poesia, a magia do momento…

O esplendor das comemorações festivas, as roupas vistosas, alegria na apresentação, cantoria, homenagens em agradecimentos eternos de estima aos nossos antepassados… inebriam sempre nesta festa nossos significados, transcorrendo pelo nosso corpo o choque prazeroso da sensação de bem-estar. Naquele tempo, a emoção já batia forte, despertando anseios, quer seja de euforia, saudosismo, reflexão, reconhecimento…Memória, buscar no tempo, Dulce Gama (in memoriam) entre tantos personagens importantes do Coral, ela que também cantava no Coro da Igreja Matriz de Santa Teresa, trazia um rastro de linda voz, serena, acolhedora, mistura de amor com doação, de boas lembranças a nos obsequiar…

Hoje a gratidão por exemplos do ocorrido, a coragem dos italianos enfrentando o desconhecido nos faz questionar por que aconteceu? – Então, sempre bom fazer narrações, o deslocamento dos mesmos dos quais somos ascendentes, se deu a partir do século dezenove marcado por espantosas ondas migratórias e o início do século vinte. De modo que a Itália estava dividida em diversos reinos, com dialetos diferentes e aspectos culturais distintos entre si. Tentaram por conseguinte a unificação em 1871 (risorgimento), diferenças entre norte industrializado e sul agrícola, eram enormes discrepâncias econômicas, políticas e pessoais. A imigração tornou-se um fenômeno social na Itália. O governo italiano nada fazia, o Brasil percebeu o lucro em recebê-los, estava se livrando de grande massa de camponeses e desempregados. -Entendemos de onde viemos e por que estamos aqui e nos emocionamos.

Sobremaneira com anseios de consideração dos que nos doaram sua cultura extremamente bela, sua indústria e sua eterna bela música, uma das melhores do mundo, cantando: “Da Itália noi siamo partiti… Merica, Merica, Merica, cosa saralósta Merica???” Nesse acalanto de entrega ao Brasil, comemoramos a Festa do Imigrante em Santa Teresa na doce terra dos colibris, primeira colônia italiana do Brasil nos dias 21 a 30 de Junho.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408