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Cattleya warneri concolor – Famosa orquídea recebe o nome de origem Santa Teresa

Por Myrian Loureiro – artista plática

Em nossa vida surgem fatos que nos levam ao passado, as boas lembranças surgem com o desenrolar de sentimentos que fluem em nosso cotidiano… Meu filho a cuidar de orquídeas no hoje, no agora…me faz reviver o ano de 1946 – minha infância, minha mãe a cuidar de suas orquídeas num tosco orquidário, onde com sua simplicidade desenvolvia seu saber, sua paixão por essas flores exóticas, únicas, dando-lhes os cuidados necessários. Com sua noção, descrevia que orquídea vem da palavra grega” orkhis” que significa em forma de testículos, pôr conta de algumas raízes dessas flores que possuem mera semelhança com esse órgão humano. Apregoava minha mãe, “são flores singulares, famosas por conta de sua beleza e delicadeza, representam amor, desejo, sedução, virilidade, sexualidade, e encanto feminino. São vários formatos e várias cores com muitos significados”. Foi quando, naquele tempo, defronte a nossa casa, estrada de chão batido, não pavimentada, um automóvel de praça parou e dois senhores   bem vestidos, bem apessoados, gentis cavalheiros, sorridentes, bateram palmas para serem atendidos em nossa casa rural na Penha, em Santa Teresa, ES.  Vieram de longe, São Paulo e Porto Alegre, talvez, souberam da existência de uma orquídea branca preciosa, estavam interessados em conhece-la.  Souberam da flor que mamãe possuía, gostariam de admira-la, no que foram atendidos … Esse mimo de mamãe estava em lugar privilegiado. – E assim os visitantes constataram que a orquídea branca tinha    as sépalas e pétalas mais ou menos coloridas e só o labelo branco.  Esconder sua admiração ficou claro pois pleitearam de imediato aquisição da mesma. – Dado o alto valor oferecido, e a fala de relevantes cuidados conseguiram efetuar a compra. Essa é a nossa história vivida e relembrada por nossos entes queridos …. Meu filho Tabajara atento aos acontecimentos trouxe por intermédio de seu cunhado o orquidófilo, engenheiro civil Aldo Andrich, teresense, fato semelhante descrito no livro de Heitor Gloeden, “A Joia Da Bruxa” um acontecimento parecido ao nosso. -Coincidência ou não impossível saber, a falta de comunicação de tempos passados, a descoberta dessa raridade de orquídea aqui em nossa terra, fez com que os seus apaixonados cultivadores homenageassem sua origem com o nome de    Santa Teresa.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408