Lenha na fogueira – Entrevista com o candidato a prefeito Edimar Hermógenes e sua vice Drª Mônica Magalhães
Fechando a série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Santa Teresa no pleito 2020, a coluna ouviu Edimar Hermógenes e sua vice, Dra. Mônica Magalhães. Confira!
Lenha na fogueira – Dr. Mônica, fale um pouco sobre você.
Dr. Mônica – Eu sou a Mônica, médica cardiologista, que trabalha e vive em Santa Teresa há aproximadamente 9 anos. Formei em Minas Gerais, mas eu sou filha de teresense. Minha mãe e algumas tias foram da primeira turma da Escola Santa Catarina. Meu avô foi vereador aqui na época do Darly Vervloet. E hoje, Eles estão em São Roque do Canaã, que na ocasião pertencia a Santa Teresa. A minha vinda para Santa Teresa não foi uma coincidência porque quando Luiz Fernando, meu marido, foi transferido para Vitória eu preferi vir para Santa Teresa, porque achei as condições do hospital muito boas para trabalhar e a cidade, que eu conheci quando criança, muito gostosa. Eu sou casada há 20 anos, não tenho filhos, falo que eu sou uma tia coruja. Sou uma pessoa simples, gosto de viver simplesmente. Entrei na política desde sempre, sempre fui uma buscadora de opiniões e trabalhei para formá-las tecnicamente. Em São Mateus, no norte do Estado, onde eu atuei durante 12 anos, tive participação na política da comunidade do meu bairro, que era Guriri, onde conseguimos eleger um vereador na época. Quando eu vim para Santa Teresa, fui convidada pelo Edimar para poder fazer parte deste grupo e um grande projeto de transformação para Santa Teresa, e meu lema sempre é que “a gente não faz oposição, e sim marcamos nossa posição”.
Nossas ideias são muito boas e gostaríamos de vê-las executadas. Nem por isso deixaremos de vamos apoiar outras boas ideias por pirraça. Nosso valor não é esse, o principal intuito é melhorar a qualidade de vida das pessoas. Outra coisa que sempre me incomodou é a participação feminina na política. As mulheres sofrem muito bullying ao participar da política. Os argumentos contra são muito pessoais, se é feia, se não tem nada para fazer, etc. Não se vê esse tipo de argumento contra as candidaturas masculinas. Está na hora de mudar. O que eu procuro mostrar nessa minha participação política? É que a política não é uma profissão, mas uma doação de tempo de pessoas que têm vontade de melhorar e ajudar, mas tem outras ocupações no dia a dia. Eu vou continuar sendo médica como profissão e vou continuar cuidando das pessoas, porque é isso que me satisfaz. Mas eu não posso ignorar que tenho projetos que gostaria de ver implantados em prol das comunidades. A melhor transformação é a local. Não adianta ficar falando de ecologia lá do Amazonas. As pessoas não entendem. É preciso falar sobre o meu rio aqui, a minha reserva aqui, porque isso eu vejo e posso mudar e cuidar. Se todo mundo fizesse isso no seu local, e fizesse esse local melhor para todo mundo, com certeza a ecologia do Amazonas também existiria. Isso é o que eu penso.
Lenha na fogueira – Porque, Dr. Mônica, aceitou ser vice-prefeita na chapa com Edimar?
Dr. Monica – Primeiro porque eu confio nas ideias do Edimar, segundo porque eu acho que é um projeto que eu sonhava em ver implantado porque será construído com as pessoas que vivem e gostam de Santa Teresa. E também para promover a visibilização da mulher na política. Hoje, as mulheres são cerca de 12 a 13% dos cargos eletivos (prefeitas e vereadoras). A continuar neste ritmo, só em 2118 teremos uma equiparação de participação com os homens. Acredito firmemente que a minha imagem de participação leva um estímulo para outras mulheres se envolverem na política. Ainda mais sabendo que eu trabalho, continuo trabalhando, não mudei nada na minha vida para poder concorrer ao cargo de vice-prefeita de Santa Teresa.
Lenha na fogueira – Dentre outras coisas então a senhora está me dizendo que essa iniciativa ela serve para inspirar as outras mulheres a ocupar esse espaço?
Dr. Monica – Isso aí, um espaço que é muito nosso! Na nossa “live” com as candidatas a vereadoras é que um dos objetivos a cumprir como mulher é fazer valer aquela história do “nada sobre mim, sem mim”. Temos que influenciar e opinar sobre o que precisamos e queremos. Os homens não sabem do que padecem as mulheres. Eles podem achar que sabem, mas quem têm que realmente requisitar e legislar em favor das mulheres são as mulheres. Outro objetivo, é chegar a 30% de participação no mínimo. A teoria da massa crítica diz que para influenciar uma decisão política é necessário um mínimo de 30% de pessoas. Então, precisamos de no mínimo de 30% de mulheres participando no Legislativo e também no Executivo para atingirmos representatividade de classe. O último objetivo é seguir o princípio da Justiça. A população brasileira se constitui de aproximadamente 51% de mulheres, mas 88% dos cargos eletivos são ocupados por homens. Isso causa um problema com a representatividade. A mulher precisa ocupar este espaço promovendo uma equiparação de representação.
Lenha na fogueira – Fale um pouco de você, Edimar.
Edimar Hermógenes – Meu nome é Edmar Hermógenes, sou casado, pai de três filhas, quatro netas, filho de Joaquim Cipriano Hermógenes e Tereza Anunciação Hermógenes, irmão de 25 outros. Meu pai foi meu herói, meu ídolo, tudo o que eu aprendi dentro da minha vida meu pai me ensinou, dentre outras que honestidade e ética não é qualidade é obrigação, minha vida é sempre aprendizagem, a minha única formação é a formação da minha vida, eu tenho o segundo grau completo, o desafio me ensinou. Comecei minha vida aos 9 anos já trabalhando, limpando a fábrica de mussarela, aos 11 anos fabricando queijo, depois passei para a venda de hortaliças e isso já aqui no Espírito Santo, depois passei a vender peixe, sofridamente dormia na Vila Rubim à noite, voltava de manhã para entregar peixe de casa em casa, como todos nós achamos que necessariamente aceitemos algo, eu fui virar funcionário, trabalhei acolhido pela CLT durante 1 ano e 9 meses em seguida fui empreender, as pessoas diziam, “olha, você é louco!” mas empreender é um pouco de loucura, montei uma empresa de venda de peça de caldeira, depois transformei ela em indústria, depois necessariamente, pela necessidade do mercado, virei prestador de serviço na área de caldeira. Criei vínculo, raiz em todo o estado, fiz amizades, criei uma coisa chamada gratidão por aquilo que Deus me ofertou. Depois em seguida fui mexer com papel reciclado, outro desafio muito grande porque era uma empresa que vinha da desqualificação, você tem que participar disso, eu participei, alavanquei essa empresa, e paralelo a isso, há 25 anos estou em Santa Teresa, me preparando para ser empresário rural. Quando completei 45 anos larguei tudo e vim em Santa Teresa, na minha propriedade rural,quando comprei as pessoas me chamaram de doido, porque ali era uma terra arrasada, e eu tive que transformar, a minha primeira transformação em Santa Teresa foi o meu local, transformei em um local agradável, onde as pessoas hoje vão e acham lindo! Comecei a me prospectar como empresário rural, trabalhando com a bovinocultura de leite, passei por outras experiências rurais, tais como fornecimento de alimento, hospedagem, criação de ovinocultura, galinha, queijo maturados, piscicultura e fruticultura. Hoje eu tenho uma experiência larga nisso, então esse é o Edimar que chega aos 53 anos com essa bagagem, com essa capacidade de ter transformado não só a sua vida como a vida de muitas outras pessoas aos quais a gente ficou lá atrás e essas pessoas a gente ajudou a construir sua independência com o próprio suor, ganhando o seu salário.
Lenha na fogueira – Porque você aceitou o desafio de ser candidato a prefeito ao lado da vice Dr.Mônica?
Edimar Hermógenes – A chegada na política vem pela necessidade de levar para a vida pública um olhar da iniciativa privada. Existe a necessidade da gente olhar para o público como se fosse a iniciativa privada, sabendo que ela vislumbra o lucro, e iniciativa pública ela vislumbra investimento para melhorar a qualidade da vida das pessoas. Eu entendi a muito tempo atrás que as pessoas tinha uma certa aflição a política dizendo que quem entrasse na política porque era desqualificado e tinha sua negatividade, e eu percebi que falando isso eu só estava alimentando o mal, e o mau gestor na política, eu percebi que a política ela estava frequentada por quem nunca transformou a vida de ninguém, por quem nunca gerou um emprego, por quem nunca realmente serviu de transformação para as pessoas, baseado muito no meu grupo, na qualidade do meu grupo eu resolvi ser candidato a prefeito dessa cidade, preparei para isso, viajei, fiz todas as experiências, me capacitei para ser candidato e transformar a vida das pessoas, então eu sempre digo o seguinte, eleito ou não é obrigação do povo dizer aquilo que quer eu estou preparado para assumir a prefeitura de Santa Teresa, nós teremos que iniciar nosso mandato se eleito for, fazendo o pacto da educação e o pacto da saúde, um ano parado, é uma perda monstruosa, quero dizer, as pessoas dizem muito o seguinte, o Brasil perde minério, perde ouro, nós perdemos cérebro, e queremos desafiar as pessoas a começarem a ver coisas diferentes, a ver atos transformadores, então a gente vai fazer com que as pessoas sejam formadas para ser empregados, seja formado para gestar seu negócio e crescer e terem outros olhares, é isso que a gente sonha, é isso que nós queremos praticar, e uma candidatura ela têm que ser, primeiro, nós não somos políticos profissionais e não queremos nos perpetuar na política, então de pronto nós vamos dizer aqui que fique registrado no jornal que nós seremos candidatos para 4 anos, eleitos nós seremos só 4 anos, não eleito provavelmente eu não participarei mais seremos eleitos para 4 anos e provavelmente nós não teremos nenhum vinculo com esta questão dos acordos com o poder público com a reeleição, então nós podemos fazer uma administração leve e solta e com capacidade de valorizar, as pessoas falam assim : existe dinheiro público? Não, o dinheiro é do povo, e é para isso que nós estamos assumindo, para dar consciência, sabedoria, e levar para o povo o que é o melhor para ele, como nós tomamos nossas decisões nós escolhemos o que é o melhor para nós, nós comparamos o custo benefício melhor qualidade e preço melhor e é isso que nós fazemos na gestão pública, nós não seremos cabides de empregos na gestão pública, teremos a capacidade de fazer a prefeitura movimentar naquilo que ela é essencial, então nós temos três nortes que é o nosso foco básico: Quem lavra e produz, quem ensina e quem cura.