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Serra do Gelo, terra de ninguém

A comunidade ao se deparar com problemas burocráticos e outros tipos de atendimento foi surpreendida com a notícia de que não pertencia mais à Santa Teresa. Desde então vem tendo dificuldade até para atendimento em postos de saúde. Serra do Gelo clama providências.

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Ao que tudo indica, por morar em Caldeirão e representar a região, o vereador Gervásio Madalon (MDB) está com a incumbência de acompanhar o desenrolar da Ação movida pelo Ministério Público que pede a revogação da Lei 77/2018 que reformulou as divisas das três santas. Curioso é que a mudança da divisa foi uma decisão do governo Gilson Amaro.

A modificação das divisas foi feita em maio de 2017 pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) que reajustou os limites intermunicipais na região que engloba as três santas, sem que houvesse qualquer consulta às comunidades envolvidas.

A decisão autocrática do governo de remodelar as divisas, gerou muitas dificuldades aos moradores da Serra do Gelo, desde atendimentos na saúde até transferências patrimoniais. O fato pegou de surpresa os moradores da região, (agora pertencente à Santa Maria de Jetibá), pois foram desmembrados do município sem ao menos serem notificados.

Curioso é que nenhum vereador falou da perda de cerca de 30% da reserva Santa Lúcia para o município de Santa Leopoldina, esse fato passou “despercebido” pela antiga legislatura, que apesar das denúncias do STNews, guardou silêncio. 

Esse foi mais um dos duros golpes desferidos pelo governo de PH contra Santa Teresa, já não bastava a extinção da Casa do Governador, o desvio de dinheiro do Parque Ecoturístico, a omissão de implementação do Parque São Lourenço, a omissão da obra do contorno do Centro, a extinção do Museu de Ruschi e a retaliação ambiental deflagrada pelo estado. Levaram 30% de nossa reserva, na surdina, sem comunicar nada a ninguém, lógico que é inconstitucional, um delírio dos algozes autocratas do estado.

Vereadores dizem que o assunto é de competência do Estado, embora a lei orgânica do município seja clara quando reza que nenhum bem imóvel da municipalidade pode ser doado, alugado ou vendido sem o aval da Câmara dos Vereadores. Apesar de também a Constituição Federal conceder autonomia ao município para deliberar sobre suas políticas pontuais. A verdade é que a Câmara sempre foi omissa nas questões mais escandalosas do município que envolvem improbidade ou ou outro crime de gestão pública. A Casa de Leis de Santa Teresa foi por muitos anos totalmente cooptada pelo poder executivo. Porém o que a população espera é que haja uma mudança na direção, na ética e no compromisso em representar os interesses da população teresense.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408