O polêmico caso Karyna Rondelli
Da série Você se Lembra? Resgatamos a síntese do caso Karyna
Foto: flickriver/valdecirrondelli/
A procuradora de Santa Teresa, Karyna Rondelli, 32 anos, morta no dia 18 de abril de 2008. O carro dela foi encontrado no dia seguinte, no centro da cidade, com sinais de luta. O corpo da procuradora foi encontrado próximo ao mirante de Santa Teresa. A esteticista Atma Scottá foi presa acusada de envolvimento. Exames periciais apontaram que ela foi morta por asfixia, a esteticista confessou ter matado a advogada e foi julgada 2 anos depois no dia 09 de Junho de 2010.
Foi um caso de assassinato e um julgamento polêmico, segundo citou um jornal, “Um dos mais importantes da história de Santa Teresa no Espírito Santo”, o julgamento que provocaria uma reviravolta no caso. Em um interrogatório que durou cerca de três horas, a esteticista negou todos os depoimentos que apresentou à polícia e à Justiça anteriormente e contou uma nova versão. Ela acusou e apontou o ex-sócio de Karyna como mandante do assassinato.
Acusação
Durante o julgamento, numa cena de cinema, no meio do interrogatório, a esteticista virou a cadeira para as pessoas que assistiam ao júri e apontou para o ex-sócio de Karyna Rondelli, acusando-o de ser o mandante do crime. Ela disse que tinha esperado até aquele momento para fazer a revelação porque estava com medo do que pudesse acontecer enquanto estava presa. A esteticista contou que sofria ameaças por parte dos policiais e por isto tinha medo e se calou.
Julgamento
Depois de mais de 14 horas de julgamento, a sentença foi proferida pelo juiz por volta de zero hora do dia 10. Atma Erler, 43 anos, foi condenada a 22 anos de prisão em regime fechado. Durante a madrugada do dia 10 de Junho foi levada de volta ao Presídio Feminino de Tucum em Cariacica.
Conclusão
Depois da decisão final, o Ministério Público investigou as novas declarações da esteticista, que causaram polêmica durante o julgamento.
De acordo com a polícia, ela caiu em contradição diversas vezes. Uma delas foi ter afirmado que ela e a procuradora foram rendidas por dois homens. Ela teria ficado com os braços amarrados, junto com Karyna, no banco de trás do carro da vítima.
Em determinado momento, a procuradora conseguiu se soltar e passou a lutar com um dos criminosos, que estaria dirigindo o carro. No entanto, segundo os laudos periciais, somente as digitais da vítima e da acusada foram recolhidas no veículo, e exames de DNA confirmaram que havia pele de Atma embaixo das unhas da procuradora. Durante o interrogatório, Atma afirmou que recebeu a proteção do prefeito Gilson Amaro para “contar toda a verdade sobre o crime”. A esteticista acusou ainda o ex-sócio da procuradora como mandante, apontando-o em pleno salão do júri. “Quem mandou pegar a Karyna? e queria os documentos que estavam com ela, está ali “, disse Atma Scottá.
Ela afirmou que, para revelar o suposto mandante, teria recebido a proteção do prefeito, por meio de um advogado que a visitou no presídio. “O prefeito Gilson Amaro queria se inteirar de tudo e ia me proteger”, afirmou a esteticista. Após o julgamento, o prefeito Gilson Amaro falou sobre o assunto. “Desde que aconteceu o crime, sempre busquei informações junto à Secretaria de Segurança, achando que teria outra pessoa envolvida. O irmão dela me procurou e disse que Atma queria falar a verdade”, afirmou. “Eu disse que daria proteção a ela. Sempre trabalhei para que a Justiça fosse feita. Eu amava a Karyna como se fosse minha filha e lutei para que o caso fosse elucidado”, explicou o prefeito à imprensa.
Vingança.
Segundo investigações policiais, vingança foi o motivo do crime. A conclusão do inquérito apontou que a esteticista agiu sozinha e tramou o crime por acreditar que Karyna tivesse atuado em uma ação na Justiça, que culminou na ruína financeira de Atma. O delegado José Lopes, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – que conduziu as investigações na época do crime – afirmou que já esperava que Atma iria acusar o ex-sócio de Karyna Rondelli.
Fontes