Os segredos da rosa do deserto
Biólogo prático, co-autor de vários artigos publicados, Rogério Ribeiro Santos, auxiliou o professor Sérgio Lucena durante o projeto Muriqui, e dezenas de pesquisas no bioma mata atlântica. Apesar do seu currículo, o que nos trouxe aqui à sua propriedade, para falar de ciência propriamente, mas de um Hobby com retorno lucrativo, o cultivo da rosa do deserto e seus exóticos cactos.
STN – Nos conte um pouco sobre sua relação com as florestas dessa região, você nasceu onde?
RR – Nasci aqui em Santa Teresa, na região do Tabocas, aí vim para cá com 7 anos, vivi aqui e trabalhei em Santa Maria por um tempo, com os macacos no projeto Muriqui, mas também trabalhei em vários projetos aqui e conheci vários pesquisadores e ajudei em vários projetos em Santa Lúcia, Lombardia, muitos levantamentos, teses de gente que veio fazer mestrado e doutorado e eu auxiliava. Tenho artigos publicados em co-autoria com o Dr. Sérgio Lucena e com outros pesquisadores, a Dra. Keren Strayer que comanda os Muriquis lá em Minas Gerais faz 40 anos que o projeto está lá. Foram 25 anos no auxílio da pesquisa ao lado de Sérgio Lucena, na verdade nesse momento estamos mais afastados por conta da pandemia.
STN – Como você entrou em contato com a pesquisa?
RR – Foi por causa das plantas que eu entrei no ramo da pesquisa, eu era jogador de futebol, terminei o 2º grau, eu sempre gostei de plantas e aí surgiu um projeto que era Identificação da Flora Ornamental da Estação Biológica de Santa Lúcia, em que eu fiz, trabalhei com a Cintia e foi meu primeiro trabalho e daí que eu migrei para o Sérgio Lucena e fiquei mais 23 anos, e foi porque eu já colecionava orquídeas que eu fui selecionado para trabalhar nesse projeto.
STN – Quando você começou a comercializar suas plantas?
RR – Há 4 anos, quando comecei a vender mudinhas de Rosa do Deserto, o povo vinha atrás da Rosa do Deserto e eu já tinha uma coleção de suculentas, passei a produzir mais.
STN – Qual foi a alteração que a pandemia trouxe para sua vida, antes focada na pesquisa.
RR – Esse tempo de recolhimento das pessoas, foi um tempo que voltei atenção para a minha coleção de plantas, que antes era uma coisa mais noturna. Ao me concentrar nas plantas, percebi um aumento grande no comércio, e começou essa procura, o povo ficava em casa e começou a comprar e isso foi uma loucura, a gente não dava conta.
A pandemia também trouxe os altos preços, os potinhos que eu pagava 0,25, está agora 0,70 centavos.
STN – E os cactos? têm alguns um tanto exóticos, quantas espécies?
RR – Os cactos eu comecei recentemente, porque no início tinha aquela coisa de que o cacto é espinhento, a pessoa vem aqui para comprar uma suculenta, aí vê o cacto e quer comprar. Eu devo ter aí umas 100 espécies de cactos, já as suculentas eu catalogava no início, contei até 400 e depois perdi a conta.
STN – Agora nos fale um pouco sobre a rosa do deserto e porque você quis trabalhar com essa planta.
RR – Eu ganhei duas Rosas do Deserto e eu observei que era fácil de fazer a polinização e produzir sementes e era fácil de germinar as sementes, tive na Rosa do Deserto o olhar mais comercial, porque a Rosa do Deserto na região quente ela é produtiva, mas no frio ela é mais difícil, ela se origina no deserto da Ásia e da África, ela é uma planta resistente dependendo do solo, em alguns ela morre fácil, ela não aguenta umidade, a terra tem que ter uma substância que drene em uma rapidez como se fosse a areia do deserto mesmo.
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