A COLONIZAÇÃO DO TIMBUHY EM REGISTRO DO JORNAL “O ESPÍRITO-SANTENSE”- PARTE 2: A ESTRADA PARA O NÚCLEO
Por Simone Zamprogno
Em novembro de 1869, a Assembleia Provincial já discutia o projeto de uma colônia nas margens da Estrada de Santa Thereza, o Núcleo Timbuy/atual Santa Teresa. Na ocasião o presidente da Província Sr. Mello e Cunha afirmou que sem dúvidas nos próximos oito a dez anos seria fundada uma colônia para quatrocentas famílias. Bem antes disso, em 1871 João Cassiano de Castro Menezes foi nomeado engenheiro responsável pelas obras de abertura da estrada que ligaria a Colônia Santa Leopoldina ao Núcleo Timbuy (atual Caminho do imigrante) e demarcação de lotes. Mesmo com muitas dificuldades e poucos recursos, os trabalhos de abertura da estrada do Porto de Cachoeiro ao Timbuy tiveram início em 1872, alcançando seu destino em 1874.
Seguindo analisando registros do Governo Provincial no Jornal “O Espírito-Santense”, na publicação de 29 de fevereiro de 1876, Sant’Anna Lopes inicia descrevendo a estrada construída para ligar Santa Leopoldina ao Timbuhy/atual Santa Teresa:
“A estrada do Timbuhy foi construída pelo Engenheiro Albuquerque Rodrigues até pouco adiante do ponto em que atravessa o rio de mesmo nome, e por mim dali em diante até encontrar a de Santa Theresa”. (O ESPÍRITO-SANTENSE, 29/02/1876, p.2).
Sant’Anna Lopes reconhece que a estrada não é boa, mas atendia aos fins que se propunha, a passagem diária de viajantes e tropas. As chuvas também pioravam muito as condições das estradas, e as mesmas necessitavam constantemente de reparos. Além disso, a estrada possuía dimensões consideradas boas para a época. Enquanto grande parte das estradas mediam de sete a dez palmos de largura, a estrada que ligava o Cachoeiro de Santa Leopoldina ao Timbuhy, media, conforme descrito no jornal, de treze a vinte e dois palmos.
Esta estrada foi a porta de entrada para milhares de imigrantes que se instalaram em Santa Teresa e caminho obrigatório para imigrantes e seus descendentes que a percorreram frequentemente até meados do século passado, para irem a Santa Leopoldina comprar produtos não disponíveis neste núcleo.