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A extrema importância da lavagem das mãos

Por Rosângela Müller de Barros
Teresense, Bióloga e Mestre em Imunologia e Parasitologia (UFMT) e doutoranda em Doenças Infecciosas (Ufes)

As mãos são nosso maior contato com o mundo exterior. Nossas mãos fazem coisas admiráveis, acariciam, constroem, trabalham, cuidam, mas infelizmente também carregam muitos germes. Porém não há porque se desesperar. A maioria desses germes são inofensivos, apenas uma pequena parte pode nos causar doenças, assim como o Coronavírus. A lavagem das mãos com água e sabão é nossa maior defesa contra essa nova doença. Uma gota de sabão comum diluído em água é suficiente para romper e matar muitos tipos de bactérias e vírus. O coronavírus têm membranas lipídicas (gorduras) e quando lavamos as mãos com água e sabão (de preferência o líquido, pois fica dentro do recipiente e evita contaminação), envolvemos todos os microorganismos da pele com moléculas de sabão que “quebram” as moléculas de gordura da mesma forma como detergente remove a gordura das louças, quando as lavamos. Mas a técnica funciona apenas se todo mundo lavar as mãos com frequência e profundidade. Exercite uma boa espuma, esfregue as palmas das mãos e o dorso, entrelaçar os dedos, esfregar as pontas dos dedos nas palmas das mãos e torcer o punho com sabão em volta dos polegares. O sabão é mais do que um protetor pessoal; quando usado corretamente, ele se torna parte de uma rede de segurança comunitária.


O álcool 70% também produz o mesmo efeito que o sabão, rompe as membranas do vírus, porém deve ser utilizado nos casos em que a água e sabão não estão disponíveis.
Os sintomas da Covid-19 se assemelham no início da infecção a uma gripe, que em muitos casos são leves, mas podem evoluir para uma pneumonia grave, principalmente nos grupos de risco: idosos acima de 60 anos, pessoas com doenças preexistentes (diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e insuficiência respiratória crônica), além disso, outros problemas respiratórios como asma e bronquite e hábitos como tabagismo também merecem atenção. Ainda não há estudos suficientes que evidenciem as complicações em gestantes e crianças.


O grande problema da maioria das viroses é que muitos pacientes são portadores assintomáticas da doença, ou seja, tem o vírus no organismo, mas não apresentam sintomas. Esses portadores assintomáticos acabam disseminando a doença para os seus familiares, amigos, por isso a importância do isolamento social no início da pandemia. Dessa forma é possível controlar o avanço de novos casos sem sobrecarregar os sistemas de saúde, e evitar a morte de milhares de pessoas.


No entanto, vivemos um dilema. Até quando, com o isolamento social, vamos conseguir atrasar o pico da curva de contaminação? E até quando o país vai se sustentar economicamente com esse isolamento?