A mais ilustre, a dama da arte. Virgínia Tamanini
Imortalizada com uma cadeira na Academia Espírito Santense de Letras, chamada por muitos de a “iluminada” Virgínia Gasparini Tamani, foi scritora, poetisa e esteta, roteirista, pintora, organizadora de bandas musicais e eventos diversos, empreendedora, a capixaba que escreveu, dentre um vasto acervo, o romance KARINA, descrevendo a vinda e a vida dos imigrantes italianos, particularmente de sua mãe Catina.
Nascida em 04 de fevereiro de 1897 na Fazenda Boa Vista, no Vale do Canaã, em Santa Teresa, Espírito Santo, Seus pais, Epifânio Gasparini e Catarina Tamanini Gasparini, ambos italianos que vieram como imigrantes para o Brasil.
Criada em fazenda, aprendeu as primeiras letras e adquiriu alguns conhecimentos equivalentes ao ensino elementar da época com professores particulares. Mais tarde, prosseguiu seus estudos no Rio de Janeiro, sob orientação de seu irmão Américo que cursava a Faculdade Nacional de Direito, sendo que, ao final do segundo ano, interrompeu os estudos por motivo de força maior, regressando à casa paterna. Autodidata persistente, Virginia continuou nos seus esforços para instruir-se, dedicando todos os momentos de lazer ao estudo e à leitura. Desde cedo revelou inclinação para letras e, ainda jovem, escreveu um romance folhetim “Amor sem Mácula” , publicado em capítulos semanais no jornal “O Comércio”, de Santa Leopoldina, usando o pseudônimo de “Walkiria”.
Virginia produziu em 1929, 1930 e 1931, as peças teatrais “Amor de Mãe”, “Filhos do Brasil”, “O Primeiro Amor” e “Onde está Jacinto?”, levadas à cena com sucesso.
Membro da Academia Espírito-Santense, tomando parte ativa na organização da “Primeira Quinzena de Arte Capixaba”, realizada em Vitória, em 1947. Adaptou, encenou e dirigiu no, Teatro Carlos Gomes, a peça francesa “Cristina da Suécia”, em 1947 e, em 1948, outra peça francesa “Atala”, a última druidesa das Gálias.
Escritora, romancista e poetisa, pertenceu à Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, como patrona da cadeira nº 3, Associação Espírito-Santense de Imprensa, e sócia correspondente da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.
Capa de Karina A capa dessa 14ª Edição traz uma pintura (tela de Guido Mondim) retratando (aos 80 anos) a bela mulher que foi Virgínia Tamanini,Brasil. A 1ª edição de KARINA foi publicada em 1964. Em 1980 o Museu Degli Usi e Costumi Della Gente Trentina, de San Michele All’Adige, traduz e lança KARINA na Itália . Em Vitória, a escritora dá nome a uma galeria artística situada na cidade alta, acoplada à Academia Espírito-Santense de Letras.
Recebeu o título de Cidadã Honorária de várias cidades capixabas e uma rua em Ibiraçu, recebeu seu nome.
Virginia Tamanini foi agraciada com a Ordem do Mérito Marechal José Pessoa, no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, no grau de Comendador.
Aos 89 anos de idade, ocupou a Cadeira nº 15 da Academia Espírito-Santense de Letras, cujo patrono é José Colantino do Couto Barroso.
Virginia G. Tomanini veio a falecer em Vitótia no ano de 1990.