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A visita da Princesa Teresa Cristina da Baviera – (Parte 2)

Por Simone Zamprogno

Seguindo sua viagem pelo Espírito Santo (1888), a princesa Teresa Cristina da Baviera desce o Vale do Canaã e segue descrevendo que no caminho para o Vale dos Polacos, no Baixo Timbuy, foi surpreendida por uma “avalanche” de árvores que desceu pela encosta do vale. Ela foi informada posteriormente que a visão que sua comitiva teve era fruto do desmatamento, quando árvores semicortadas caíram e carregaram tudo que encontravam no caminho (BAVIERA, 2013, p. 64-5). Desmatar estava entre os trabalhos de ocupação das terras. Esta era a primeira tarefa dos imigrantes, para abrir espaço para a construção da casa e cultivo das lavouras. A princesa também descreve este processo de ocupação do território:


“Pequenos trechos de mata virgem se alternavam com roças, trechos desmatados e plantações de café, cujos pés estavam em plena florescência. Em ambos os lados havia elevações cobertas de mata e também diante de nós parecia que o vale era fechado por montanhas repletas dessa vegetação. De vez em quando passávamos ao lado da cabana de um colono. Os moradores eram em sua maioria poloneses. O cabelo amarelado como palha,…” (BAVIERA, 2013, P.63-64).


Os poloneses foram os primeiros habitantes europeus, do município de Santa Teresa, fundaram ainda em 1873, o então Patrimônio dos Polacos, atualmente Santo Antônio do Canaã. Ainda antes de anoitecer a Princesa e sua comitiva chegaram a uma casa simples, num vale solitário e sério, bem isolada, afastada de qualquer outra moradia, com janelas de madeira. Numa localidade nomeada por ela de Petrópolis. Nesta parte do livro Teresa Cristina descreve com riqueza de detalhes a natureza, mas pouco falou das casas e vilarejos, até mesmo, pois quanto mais se dirigia em direção ao Rio Doce, menos áreas estavam ocupadas:


“A cada dia de viagem para dentro do território, os trechos cultivados e habitados diminuíam visivelmente e cada vez mais a mata virgem usufruía de seus direitos ainda não questionados. Percebia-se nitidamente como a cultura avançava, vindo da costa e seguindo passo a passo para dentro da floresta virgem. Chegamos às margens de um rio denominado Santa Maria do Rio Doce” (BAVIERA, 2013, P.71).


Ao passar por Santa Teresa, a Princesa da Baviera, descreve o início da ocupação desse território, as casas simples de colonos, o trabalho de desmatar e a exuberante natureza.