ColunistasMyrian Loureiro

Aparecida

Porque esse nome?

Santuário-Nacional-de-Aparecida-Guichê-Virtual-640x415 Aparecida

Naquele tempo, ao puxar sua rede de pesca, humildes pescadores do rio Paraíba do Sul encontraram uma imagem pequena em formato de mulher com anjos lapidados embaixo e a sua volta, sem cabeça… E onde estaria esse complemento? Pois o que buscavam eram peixes. Novo lançamento se improvisa, com a trama, roga-se aos céus. Deus, o que fazer? Na labuta da sobrevivência continua o trabalho e, para espanto de todos que ali estavam, a coerência determinada de procura, surgiu a pequena cabeça de mulher, que se adapta perfeitamente ao corpo descoberto. Conseqüentemente após o achado, gera uma abundância de peixes, inesquecível, confirmando os pensamentos de que é uma santa milagrosa, Aparecida…
Abalados pela fé, ajoelham-se essas pobres criaturas, proclamando a ventura descoberta – vias de fato, devotos se fazem, o povo dirigindo a nova descoberta obtendo favores em suas dificuldades, sentem a consagração da Fé; E a pequena figura amada, colocam-na como sustentáculo de crença, elevando-a primeiro em toscos altares que sobem num crescer de acontecimentos, desenvolvendo uma confiança concreta, oferecida ao mundo. Da pequenez encontrada nessa imagem, exala pureza, certeza, atitude de valorização interior, onde impera somente espaço para o bem de nossa humanidade carente e sofredora. O caminhar é relevante. Com o tempo passando chega-se ao hoje. A história da cidade de Aparecida que se confunde e se mistura com a narrativa da Santa Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Essa imagem pequena, precavidamente, é preservada e fica a vista de todos que a procuram, num nicho de amor e carinho ao Santuário, talvez o maior templo do mundo que leva seu nome.
Fazendo um paralelo na narrativa contada, a repetição, ou quiçá a parecença, do que vivemos em orações, leituras e devotamentos, parte sempre constante da categoria primária de nosso conhecimento… Então, retrocedemos no tempo em que Jesus andava sobre a terra… Não eram pescadores que o acompanhavam? Não era a pesca o seu labor? O que seria lançar a rede? Seria só pra peixe? Sabemos, simbolicamente, que saiam a pescar criaturas para o céu… Historicamente o mar, a rede para pescar peixes por pescadores, agora 1.500 anos depois, a repetição de um diferencial de ser num rio, o ascender da fé se faz por meios iguais a fome humana carnal (a pesca), encontrando não peixes, mas a Santa Aparecida, dando-nos o conteúdo de termos não apenas corpo, mas principalmente alma para alimentar…