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Cidadãos cientistas ajudando na conservação dos anfíbios de bromélias de Santa Teresa

Em parceria com os moradores e visitantes de Santa Teresa, o Projeto Bromeligenous e o Instituto Nacional da Mata Atlântica/Museu de Biologia Mello Leitão monitoram a distribuição dos anfíbios (pererecas, rãs e sapos) que vivem em bromélias (gravatás) da região.

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Por Cássio Zocca. Biólogo, Mestre em Ecologia de Ecossistemas. Atualmente é bolsista Programa de Capacitação Institucional do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma) em Santa Teresa/ES.

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Rã bromelígena chamada
Crossodactylodes bokermanni

Se você viu algum anfíbio (rã, perereca ou sapo) nas bromélias de sua residência, você pode se tornar um cidadão cientista e contribuir na investigação científica. Para isso, envie fotos dos anfíbios em bromélias e localização via WhatsApp. Essas informações permitem entender a composição e distribuição dos anfíbios associados a bromélias nas residências dos moradores de Santa Teresa. Em contrapartida, você receberá informações científicas sobre a espécie de anfíbio da sua foto como, nome científico e popular, além de dados sobre a história natural, como tipo de habitat, turno de atividade, modo de vida, coloração, etc. E ainda, você participará de sorteios de brindes do Projeto Bromeligenous.
As comunidades do entorno da Reserva Biológica Augusto Ruschi têm participado ativamente nesse programa de ciência cidadã. Agora, o programa será ampliado para todo município de Santa Teresa, envolvendo um maior número de pessoas interessada em colaborar com o monitoramento e saber mais sobre os anfíbios de bromélia.O ‘Envolvimento da sociedade na ciência cidadã potencializa ações de conservação, gestão e manejo por meio da participação social na produção de conhecimento científico.


Aproximadamente 45 espécies de anfíbios (pererecas, rãs e sapos) utilizam bromélias na região de Santa Teresa. Essas espécies podem ser consideradas “bromelícolas”, quando utilizam as bromélias como refúgio e para alimentação, e “bromelígenas”, quando utilizam as bromélias como ambiente para colocarem os ovos e/ou girinos. Anfíbios bromelígenas exibem hábitos comportamentais complexos quando comparados com espécies proximamente relacionadas que têm reprodução em poças, lagos ou córregos. Por Exemplo, anfíbios especializados em bromélias possuem elaborado cuidado parental como guarda, transporte e ou alimentação de suas proles. Além disso, espécies bromelígenas utilizam critérios específicos na seleção dessas plantas como micro-habitat reprodutivo,levando em consideração, por exemplo, tamanho, número de folhas e propriedades químicas da água. Anfíbios bromelígenas em fase de girino e adulta são importantes predadores de insetos vetores de doença como chagas, dengue, malária e febre amarela.

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Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408