Contratos e vendas na Colônia do Timbuy, analisando registros de 1877

A análise de documentos históricos nos permite retratar uma realidade já esquecida pelas fontes orais. Hoje observaremos alguns registros presentes no Livro de contratos, vendas, e transferências de bens na Colônia do Timbuy, de 1877, disponível no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

Neste período, os imigrantes ainda não conseguiam produzir o que necessitavam e a Diretoria do Núcleo Timbuy por vezes abria editais de fornecimento de gêneros diversos tais como mudas de café; farmacêuticos; e alimentícios, dentre eles: arroz, farinha de mandioca, açúcar, café, toucinho, farinha de trigo, carne seca, carne “verde” (termo encontrado nos registros da época), vinho do porto, querosene, galinhas e pães.
Em 28 de janeiro de 1877, Alferes Manoel Gonçalves de Barcelos assinou contrato de fornecimento de “plantas de café” ao valor de quinze reis a unidade entregue em condições de replanta.

Em 27 de março do mesmo ano, os senhores Augusto da Silva e Antônio Fracalossi assinaram contrato de fornecimento de carne “verde”, três vezes por semana (segundas, quartas e sábados) a um valor de quatro contos de reis por quilograma. Em primeiro de julho o senhor Joanni Ferrari também assina contrato de fornecimento do mesmo gênero.
E aos treze dias de julho de 1877, “o negociante” Jeronymo Vervloet assina contrato com o Engenheiro Franz Von Lipp, delegado do núcleo, para o fornecimento de gêneros de enfermaria.

Foram observados também contratos para a abertura de picadas e construção de casas para empregados da Diretoria do Núcleo. Percebemos que muitos eram os trabalhos a serem desenvolvidos nos primeiros anos da abertura do núcleo de colonização. A Diretoria do Núcleo se preocupava com o abastecimento do mesmo e se dedicava a obras de expansão da colonização.