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Covid-19: variante brasileira pode ter carga viral 10 vezes maior

Coordenada pelo cientista Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, a pesquisa genômica aconteceu entre março de 2020 e janeiro de 2021, envolvendo pacientes de 25 cidades do Amazonas.

Coordenada pelo cientista Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, a pesquisa genômica aconteceu entre março de 2020 e janeiro de 2021, envolvendo pacientes de 25 cidades do Amazonas. Nesse período, primeiramente eles identificaram duas variantes na região,

B.1.195 e B.1.128, das quais a segunda se tornou dominante em setembro do ano passado. Depois, após se tornar a cepa principal do Sars-CoV-2 no estado e experimentar diferentes cenários onde as mutações geraram vantagens para o vírus, a B.1.128 criou a oportunidade perfeita para o surgimento da P.1 em dezembro — conforme afirmação de Naveca em entrevista à Rádio França Internacional (RFI).

Trazendo variações na proteína Spike, responsável pela ligação do coronavírus com as células do organismo, mudanças que podem ter relação com uma maior transmissibilidade e a possibilidade de reduzir a resposta imune dos anticorpos, a variante P.1 se espalhou rapidamente, tornando-se a linhagem dominante no Amazonas e também em outros estados, conforme o pesquisador.

Aumento de casos entre os jovens

A carga viral mais alta da P.1, identificada pelo estudo de epidemiologia genômica, facilita a transmissão do novo coronavírus, segundo Naveca. Tal característica, associada aos encontros durante as festas de fim de ano e as férias de janeiro, pode ter sido a causa da explosão de infecções e mortes no Amazonas no início de 2021.

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A maior quantidade de jovens infectados, no momento, pode ter relação com a nova cepa.
Fonte:  Freepik 

Sua predominância também justificaria o aumento de casos de covid-19 entre os mais jovens durante a segunda onda da pandemia, quando pessoas na faixa dos 18 aos 59 anos de idade passaram a ser as mais afetadas pela doença, ao contrário dos primeiros meses da crise sanitária, quando os idosos representavam a maioria das internações.

Porém, o líder do estudo afirma que há outros fatores atuando em conjunto com a P.1 para influenciar a infecção nessa faixa etária, como a maior exposição dos jovens ao vírus — o contato pode acontecer no trabalho e em festas clandestinas, entre outras ocasiões.

As características da variante brasileira, incluindo a maior capacidade de transmissão e até uma suposta relação com o aumento da gravidade dos casos, não tratada neste estudo, tem causado preocupação em outros países. A França, por exemplo, chegou até suspender voos do Brasil.

Entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) também mostraram cautela em relação a ela, classificando a P.1 como uma das três variantes mais preocupantes do momento — as outras são a B.1.351 e a B.1.157.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408