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De agricultores a empresários

Por Brunella Pignaton

Às vezes, a história tem estranhas reviravoltas. No final do século XIX, no norte da Itália, houve um grande movimento de emigração para vários países. Muitos italianos partiram por mar, com suas malas de papelão, para mundos distantes, da Austrália à Argentina, dos Estados Unidos ao Brasil.

A partir de 1875, quase 1,5 milhão de italianos contribuíram para o aumento do fluxo migratório, que durou um século, em direção ao Brasil. A Itália tornou-se, portanto, o país mais representativo da história da imigração brasileira, assim como um dos países que mais influenciou nos costumes e na cultura local.

As primeiras famílias que chegaram eram de origem camponesa, que lutavam para sobreviver na pátria e buscavam com esperança uma vida melhor em terras ricas em recursos naturais.

O Trentino Alto-Adige fez parte do Império Austro-Húngaro até 1918. Portanto, foi somente a partir da expedição de Pietro Tabacchi, que trouxe 400 habitantes de Valsugana (na Itália) para o Espírito Santo, que todos os cidadãos dessa região passaram a serem registrados como imigrantes italianos.

03-FOTO-DOS-QUEIJOS De agricultores a empresáriosNaquela época chegavam os 20/30 mil trentinos que começavam a trabalhar nas terras das montanhas do Espírito Santo. E foi exatamente desta maneira que muitos italianos em todo o mundo optaram por iniciar uma nova vida, cultivando as terras que muitas vezes lhes eram doadas pelas autoridades locais.

Se hoje tornamos à pátria de onde partiram os primeiros italianos, nas montanhas das Dolomitas, agora patrimônio natural da UNESCO, a história mudou completamente. E mais uma vez, é a terra a grande protagonista. Nos pequenos vilarejos que uma vez abrigaram esses italianos imigrantes agora brasileiros, nos vales e nas montanhas, a terras se transformou. 

Na própria Valsugana na Itália, o que antes foi o problema de seu povo agora se tornou sua grande riqueza: seu território.

Os italianos que permaneceram nos vales do Trentino, por meios como o utilizo de tecnologias modernas aprenderam a trabalhar, a embelezar e a aproveitar o que a natureza lhes deu: a terra e suas montanhas.

Vales inteiros como o Valle Di Non se dedicaram à produção de maçãs, outros à viticultura, muitos ao processamento do leite de suas vacas e cabras, à produção de iogurte e muitos produtos de laticínios.

São muitas as pequenas e médias empresas, empresas familiares que investiram na agricultura, no turismo ligado à agricultura e na natureza, tanto no verão como no frio inverno, quando até a neve se tornou um instrumento de riqueza econômica.

Durante o verão, os italianos despovoam as grandes cidades para irem para essas montanhas, onde buscam mais contato com a natureza. Eles vêm com famílias inteiras para fazer as inúmeras trilhas disponíveis, escalando as paredes verticais naturais. Tudo isso já estava lá quando nossos ancestrais partiram.

Nas últimas décadas, cresceu muito o agroturismo dedicado a hospedar turistas metropolitanos em busca da simplicidade da terra.

Famílias dedicam-se a montar pequenos hotéis, meios de hospedagem para atrair os turistas interessados em se voltar para usufruir do contato com a natureza.

Locais fascinantes, com suas hortas repletas de frutas e legumes, compotas e molhos feitos em casa com amor e cultivados na mesma terra que antes não dava o suficiente para comer aos camponeses que tiveram que emigrar.

Tudo feito e planejado para garantir que o hóspede tenha uma experiência maravilhosa. Muitos animais são colocados à disposição para serem mimados, alimentados, estudados e apreciados.

Tem-se a oportunidade de vivenciar muitos aprendizados da vida rural, desde a ordenha de vacas até a produção de diversos tipos de laticínios como manteiga, iogurte e queijo.

No inverno tudo muda. Os turistas ainda chegam, mas os animais ficam escondidos no calor e as atividades estão todas relacionadas à neve.

Vêm em busca de esportes invernais, passeios com raquetes de neve, um Natal mágico nas montanhas brancas. Mas, mais uma vez os trentinos estão aqui para oferecer o melhor aos turistas.

O povo de Trentino conseguiu transformar seu maior problema em sua maior fortuna.

 

Da contadini a imprenditori

Por Brunella Pignaton

Alcune volte la storia fa dei giri strani. Verso la fine dell’800, nel nord d’Italia, ci fu un enorme movimento di emigrazione verso diversi paesi. Italiani partirono con le nave e con le loro valigie di cartone per popolare il mondo, dal’ Australia all’Argentina, dagli Stati Uniti al Brasile. 

A partire dal 1875 quasi 1,5 milioni d’italiani contribuirono ad aumentare il flusso migratorio, che durò per un secolo, verso il Brasile. L’Italia quindi si trasformó nel paese più rappresentativo nella storia dell  immigrazione brasiliana, così come il paese che più influenzò le abitudini e la cultura locale. 

Le prime famiglie ad arrivare erano di origine contadina, che in patria avevano fatto molta fatica a sopravvivere, e nutrivano una speranza in una vita migliore in terre ricche di risorse naturali. 

Il Trentino Alto-Adige, fino al 1918 faceva parte dall’impero austro-ungarico. Pertanto, fu solo dopo la spedizione di Pietro Tabacchi, che portó 400 abitanti della Valsugana in Italia in Espírito Santo, che si iniziarono a censire i cittadini di questa regione come immigrati italiani. 

A quell epoca i 20/30mila trentini arrivati cominciarono a lavorare la terra delle montagne dell Espírito Santo. E fu proprio così che tanti italiani in tutto il mondo hanno potuto iniziare una nuova vita, nutrendosi e coltivando la terra che tante volte gli fu stata regalata. 

Se oggi si torna nella patria da dove partirono i primi italiani, tra le montagne delle Dolomiti, oggi patrimonio naturale dell’UNESCO, la storia è completamente cambiata. Ed anche lì la terra fa la protagonista. 

Nei piccoli villaggi, che una volta erano la casa di questi italiani ora brasiliani, nelle valli e nelle montagne la terra non è più la stessa. 

Nella stessa Valsugana, quello che una volta fu il problema del suo popolo oggi è diventato la sua ricchezza: il suo territorio. 

Gli italiani rimasti nelle valli trentine hanno imparato ad apprezzare, a lavorare, ad abbellire, ad usufruire di quello che la natura gli ha regalato: la terra e le sue montagne.

Intere valli come la Valle Di Non si sono dedicate alla produzione di mele, altre alle viticultura, tante alla lavorazione del latte delle loro mucche e capre, producendo yogurt e tanti prodotti caseari. 

Si contano tante piccole e medie imprese, tante aziende familiari che hanno investito nell’agricoltura, nel turismo legato all’agricoltura e alla natura, sia durante l estate che durante il freddo inverno, dove anche la neve è diventata strumento di ricchezza economica. 

Durante l’estate l’italiani spopolano le grandi città per recarsi in queste montagne, dove cercano più contatto con la natura. Vengono con intere famiglie a fare escursionismo nella vastità di sentieri disponibile, arrampicate nei numerose pareti verticali naturali. Tutto che c’era già quando sono partiti i nostri primi antenati. In più però, tutta la trasformazione generate dai cittadini qua rimasti.

Negli ultimi decenni sono cresciuti molto il numero degli agriturismi dedicati a ospitare la gente alla ricerca della semplicità della terra. 

Intere famiglie si sono dedicate a creare dei piccoli alberghi, strutture di accoglienza per attirare il turista interessato a tornare in contatto con la natura. 

Posti affascinanti, con i loro orti carichi di frutta e verdura, marmellate, sughi e sughetti, tutto fatto in casa con amore, coltivati nella stessa terra che una volta non dava abbastanza da mangiare ai contadini che dovettero emigrare. 

Tutto fatto e pensato per far sì che l’ospite viva un’esperienza meravigliosa. Sono tanti gli animali messi a disposizione per essere coccolati, sfamati, studiati ed apprezzati. 

Si ha la possibilità di vivere tante vivenze di vita agreste, dal mungere la mucca a produrre diversi tipi di prodotti caseari come burro, yogurt e formaggio. 

Ad inverno, tutto cambia 360 gradi. I turisti arrivano ancora, ma gli animali sono nascosti, la tipologia di attività è tutto legato la neve. 

Vengono alla ricerca dello sci, delle ciaspole, del Natale magico sulle montagne bianchi. Ma ancora una volta i trentini sono qua ad ospitare ed a offrire il loro meglio ai turisti. 

I Trentini hanno saputo trasformare il loro più grosso problema nella loro più grande fortuna.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408