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Denúncias de corrupção em Guarapari provocam mudanças na Fecomércio

Assassinato; corrupção; lavagem de dinheiro; subornos; empresas fantasmas e dossiês fazem parte de roteiro de crimes que chocaram a população de Guarapari.

Desde junho de 2021, o site Realidade Capixaba está publicando uma série de matérias com denúncias de superfaturamento, obras fantasmas, direcionamento em licitações e propinas envolvendo agentes públicos no município de Guarapari e empresários da construção civil. Foram publicadas 47 matérias com áudios, fotos, vídeos e documentos obtidos com exclusividade. A primeira matéria publicada foi sobre terceirização ilegal que ocorria na obra de pavimentação da nova Av. Paris, no trecho que liga a Av. Paris até o Fórum de Guarapari (Terceirização ilegal de obra pública em Guarapari).

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Uchôa de Mendonça e o empresário Valdecir Nunes, ambos denunciados por corrupção e pagamento de propina.

Essas denúncias levaram o prefeito Edson Magalhães a “mexer” no alto escalão da sua administração na tentativa de evitar mais desgaste. Entre os secretários denunciados nas matérias estão Sônia Meriguete, que saiu da Secretaria Municipal de Educação depois de ser flagrada interferindo em uma licitação, e o secretário municipal de Obras Odivan Ferreira dos Santos que não resistiu às denúncias em sua pasta.

A situação levou o Ministério Público (MP) de Guarapari a abrir uma investigação. Conforme divulgado em 26 de agosto de 2021, o promotor de justiça de Guarapari Otávio Guimarães ouviu os secretários Odivan e Jacinta Meriguete, além da diretora da Companhia de Melhoramentos e Desenvolvimento Urbano de Guarapari (Codeg) Luciane Nunes de Souza. Também foram ouvidos empresários da construção civil e fiscais de obras da prefeitura. O depoimento que provocou maior repercussão foi do empresário Thiago Nossa, divulgado com exclusividade na matéria em 29 de setembro de 2021. (Empresário confirma terceirização ilegal e prefeitura pode suspender todas as obras).O depoimento do Thiago Nossa provocou desconfiança entre os integrantes da quadrilha que operava na prefeitura. Informações de que Thiago estaria negociando um acordo de delação premiada motivaram outro empresário da construção, Valdecir Nunes a contratar pistoleiros para assassinar Thiago Nossa.

Thiago foi assassinado em seu escritório no dia 11 de novembro de 2021. O crime provocou grande repercussão e a Polícia Civil levou menos de 60 dias para elucidar o caso. O delegado de homicídios de Guarapari Franco Malini apresentou na sede da Polícia Civil em Vitória, junto com chefe de Polícia Civil José Darcy Santos Arruda, os nomes do mandante, dos intermediários e dos executores e apontou uma desavença entre Valdecir e Thiago por conta de uma dívida como motivo do assassinato.

Posteriormente ao crime, o site Realidade Capixaba publicou matérias contendo documentos que o empresário Thiago Nossa estava juntando para conseguir aprovar um acordo de delação. Entre esses documentos estão áudios, fotos, conversas de WhatsApp  e uma planilha, onde comprova que Thiago realizava repasses regulares de grandes quantias para agentes públicos. Também é possível identificar movimentação financeira de empresas em nome de terceiros, o que indica serem “laranjas” com o objetivo de burlar licitações. Outra informação da planilha comprova repasse ilegal entre empresas concorrentes como forma de compensação por desistirem de licitações

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408