Descubra os vinhos de sobremesa
Por Diomedes Mognato
Vinho é uma bebida magnífica que se modifica e se transforma, sabemos como vinhos e gastronomia se moldam, mas e com comidas doces?
Aí vem o Vinho de Sobremesa. Como o nome sugere, se moldam perfeitamente aos alimentos mais adocicados, mas também podem ser consumidos com a própria sobremesa proporcionado sabores ao degustador e como auxiliar digestivo.
Temos no mercado nesta categoria, vinhos brancos, tintos, rosés e espumantes, ambos podendo ser leves ou encorpados, vinhos de sobremesa jovens ou envelhecidos e assim podendo nos proporcionar inúmeras experiências gustativas.Os vinhos de sobremesa sempre são bem doces e compostos dos açúcares naturais da própria uva, diferentemente dos vinhos suaves que são menos doces e muitas das vezes recebem adições de outros açúcares.
No Brasil a consumação destes vinhos ainda é muito pequena, por isso ainda temos muito que evoluir e ajudar a desmistificar que vinho bom não é somente o seco.
Os principais métodos de elaboração do vinho de sobremesa confere sabores e aromas de estruturas distintas são:
Colheita tardia
As uvas são deixadas na videira e colhidas após o tempo de maturação normal. Assim, elas perdem água e concentram mais açúcares, tornando o mosto bem doce e ácido. É um método muito utilizado nos países do Novo Mundo.
Passificação
Tem o mesmo conceito da anterior, mas as uvas são colhidas na maturação normal e submetidas à desidratação em esteiras colocadas ao sol e ventiladas. É empregada na Europa, principalmente na Itália.
Podridão nobre
Apesar de o nome parecer pouco atrativo, esse tipo de processo é super curioso. O vinho é resultante de uvas atacadas por um fungo chamado Botrytis cinerea, onde a casca das uvas é rompida, culminando na evaporação da água. E não se preocupe, o sabor do vinho é incrível e representa grandes rótulos provenientes da França e da Hungria.
Congelamento
Em determinados lugares em que as videiras são atingidas pela neve, as uvas, ainda no pé da planta, são congeladas. A água naturalmente presente nas frutas é cristalizada, e durante o esmagamento, o mosto extraído apresenta uma incomparável riqueza de compostos açucarados. Este fenômeno é mais comum na Alemanha e no Canadá, sendo conhecidos como Ice Wine.
Fortificação
Inicialmente, o processo é igual ao do vinho seco, porém a fermentação alcoólica é interrompida muito antes que os açúcares acabem. Este feito só é alcançado através da adição de uma aguardente, conhecida como álcool vínico. Dessa maneira, o vinho se mantém doce, já que as leveduras não poderão consumir completamente o açúcar. É muito utilizado em Portugal, Espanha e Itália.
Quais as regras para harmonizar esse vinho com as sobremesas?
Corpo
O primeiro passo é a consistência, tanto da sobremesa quanto da bebida. Elas devem ser proporcionais, ou seja: para doces mais leves, como compotas e tortas de frutas frescas, o vinho também deve ser leve.
Doçura
Nesse caso, a regra é clara: o vinho sempre deve ser mais doce do que a sobremesa. Porém, o seu gosto não deve sobressair ao do prato servido. Isso é: eles devem se complementar no paladar para maximizar os sabores, proporcionando uma ótima experiência.
Você pode perguntar se não vai ficar tudo muito doce. Pois bem, um truque é servir o vinho sempre resfriado, pois, assim, o açúcar fica menos evidente, deixando a combinação ainda mais harmônica.
Quais são os vinhos indicados para cada tipo de sobremesa?
Com frutas
Para cheesecake com calda de frutas, saladas de frutas e torta de maçã, pode apostar em vinhos leves, com o mesmo teor de açúcar e, até mesmo, com notas cítricas. Nossa sugestão é o delicado moscatel.
Com chocolate
Para brownies, mousses e tortas com chocolate, o ideal é investir em vinhos encorpados e com sabor marcante. Sendo assim, os brancos estão descartados — uma boa dica é o vinho do Porto.
Com doce de leite
As sobremesas que têm o doce de leite como protagonistas são extremamente doces. Para harmonizar e quebrar a doçura, os vinhos mais ácidos são uma boa pedida, como o Ice Wine.
Com café
O tiramisu, frapuccino e outros pratos que contam com o café como ingrediente merecem vinhos que têm sabores e características semelhantes, como o marsala.
Com leite e ovos
Os pudins, manjares e os cremes brûlées têm texturas aveludadas e toques suaves. Por isso, devem ser consumidos acompanhados de vinhos de colheita tardia, como o late harvest
Viu como harmonizar um bom vinho de sobremesa é mais fácil do que você imaginava? Com as nossas dicas as suas refeições serão ainda mais prazerosas. Por isso, não hesite em degustar uma taça de um bom rótulo com o seu doce favorito.