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Entrevista com a Pré-candidata a prefeita de Santa Teresa, Carmem Barcellos

A Funcionária do Banco do Brasil Carmem Barcellos já lançou sua  Pré-candidatura pelas redes sociais desde o fim fevereiro pelo partido Rede Sustentabilidade. Nesta terça –feira (02), a coluna recebeu Carmem. Na ocasião,  a candidata da Rede falou da sua experiência profissional, meio ambiente e possibilidades para Santa Teresa trabalhar a sua italianidade. Nossa entrevistada tem  formação em Administração de empresas, habilitação em Maketing, Técnica em Meio Ambiente e pós graduanda em Administração Pública.

Confira!

Lenha na fogueira – Fale um pouco da Carmem Barcellos? 

Carmem Barcellos – Sou natural de Goiás porém, fui criada na cidade do Rio de Janeiro. Me casei aos 19 anos com um capixaba e desde então trabalhamos juntos aqui em vários projetos políticos/sociais e moramos em algumas cidades no estado.

Tenho formação em Administração de empresas, habilitação em Marketing, Técnica em Meio Ambiente e pós graduanda em Administração Pública. Experiência em vários veículos de comunicação onde trabalhei como promotora comercial e designer de auto atendimento. Adquiri conhecimento em diversos mercados e nichos de negócios. Administrei comércios varejistas nos ramos alimentício, entretenimento e papelaria.

Meu pai se aposentou como Gerente do Banco do Brasil e há 32 anos comprou algumas terras aqui no município de Santa Teresa e, nesse tempo, temos convivido com os teresenses. Somos produtores rurais e sou funcionária concursada do Banco do Brasil. Faço essa menção especial da empresa onde trabalho porque pode dizer muito sobre nossa ética, compromisso com a coisa pública e conhecimento do mercado. Há 7 anos tenho me envolvido, o máximo que posso, em conhecer Santa Teresa, conhecer o teresense com suas necessidades, a lógica da cidade e tenho sonhado com políticas que agreguem pessoas, incentive economicamente nossas vocações municipais e coloque a cidade num outro patamar de qualidade de vida e se torne a vitrine brasileira da nossa italianidade entre outras culturas que formam nosso povo.

Lenha na fogueira – Porque o Partido Rede Sustentabilidade?

Carmem Barcellos – Tenho grande identificação com os princípios que norteiam a Rede Sustentabilidade e me agradou muito a garantia partidária de que o meu mandato será dos teresenses para o município e não um objeto de negociação do partido para outros interesses políticos e pessoais. Nosso foco é a cidade. Nós, da Rede Sustentabilidade, convidamos a sociedade teresense a reconstruir o significado da política, para que não seja a imposição de uns, mas a justa mediação dos interesses de todos. Uma política que seja espaço de diálogo, de construção coletiva unindo pessoas a encontrarem os melhores caminhos e soluções em favor da nossa cidade. Uma construção que vença a desigualdade, abra caminhos de oportunidades para todos e para cada teresense individualmente promovendo políticas mais justas, éticas e de prosperidade com sustentabilidade.

 Lenha na fogueira – Santa Teresa foi vanguarda em políticas de proteção ambiental a partir da atuação do cientista e ambientalista Augusto Ruschi. A militância do nobre teresense influenciou  na criação de reservas,  parques e unidades de conservação ambiental. Como a pré-candidata Carmem Barcellos se posiciona diante do mercado imobiliário na terra de Augusto Ruschi?

Carmem Barcellos – Temos um grande desafio neste ponto, visto que há interesses poderosos neste mercado e, se confirmada denúncias informais, acontecendo a revelia das leis. Alguns colonos desinformados outros, com intenções meramente comerciais, compram e picotam terras sem o devido cuidado sobre o impacto ambiental. As graves consequências dessas práticas é sentida em toda a cidade. A necessidade de preservar nossas terras desse fracionamento prejudicial não surgiu por acaso e de devaneios autoritários, existem motivos importantes que precisam ser esclarecidos e a cidade informada. Alguns casos são gravíssimos e não entendemos o porquê a fiscalização não atua assertivamente em coibir esses negócios. Com o fracionamento irregular de nossas terras e reservas, a natureza perde, a cidade é prejudicada e o desequilíbrio de nossos sistemas aquíferos, entre outros, correm sérios riscos de sofrerem um colapso irreparável em comparação ao que já temos experimentado em algumas localidades de nossa rica Santa Teresa. Tudo que foi preservado com tanto sacrifício por este homem Augusto Ruschi e fez dessas terras lugar tão aprazível corre o risco de ser perdido para sempre, justamente por causa da ambição desenfreada de homens que querem se aproveitar dessas benesses da natureza preservadas até aqui, só que de forma egoísta e destrutiva. Nossa natureza, como foi preservada por Augusto Ruschi, é o maior capital político e econômico do município. É urgente que a cidade se mobilize contra esse tipo de prática antes que seja tarde. E tudo isso depende de política. 

Lenha na Fogueira – Santa Teresa é reconhecida por lei como pioneira da imigração italiana no Brasil. Como fortalecer a economia local a partir da italianidade?

Carmem Barcellos- Sou descendente italiana e encantada com a cultura do nosso povo. Poucas linhas aqui nesta matéria, não poderiam descrever os projetos que já idealizamos, visto tanto potencial e possibilidades para esta cidade. Resumidamente, podemos dizer, que conhecedores das necessidades da cidade, precisamos ter um olhar para fora de Santa Teresa e buscar inspiração em cidades que deram muito certo e podemos aprender com elas. Fazer um benchmarking turístico (ferramenta de gestão que objetiva aprimorar processos, produtos e serviços, gerando mais lucro e produtividade). Aqui perto de nós temos o ótimo exemplo de Domingos Martins, temos cidades no sul do país e outras aqui no sudeste que podem nos ensinar muito. A valorização e incentivo da cultura de nossa cidade precisam estar na respiração dos teresenses. Deve ser um espetáculo contínuo para atrair olhares curiosos e criar uma atmosfera de constante festa italiana. Para isso, todos precisam ser envolvidos e sentir-se parte do todo com oportunidades individuais de real crescimento econômico. Temos muitos projetos e ideias que são perfeitamente plausíveis e factíveis e há na cidade muitos outros que querem e podem contribuir. Basta a política cumprir o seu papel de articuladora e fomentadora desses projetos. A população teresense é trabalhadora, caprichosa, temos mentes brilhantes mas, estamos sem políticos preparados para atuarem como potencializadores dessas vocações.  Precisamos de gestores da coisa pública que realmente sejam mais comprometidos com o bem estar da cidade e menos interessados em promoção e interesses pessoais. 

Lenha na fogueira – Carmem Barcellos se posiciona na redes sociais como humanista . Como está sua relação com internautas?

Carmem Barcellos- Eu sou avessa a rótulos. Creio que circunstâncias podem e devem ser os insumos para um posicionamento tempestivo, coerente com as especificidades do momento, ético e mais justo. Minimizar a política numa disputa e polarização entre esquerda e direita é restringir possibilidades e pode prejudicar projetos para para o povo. Ser humanista pra mim, é defender a sobrevivência e convivência humana com um olhar mais profundo, solidário e comprometido com o Meio Ambiente, que não é só a natureza em si mas, todo lugar onde compartilhamos vivências.

Tenho tido uma presença maior e mais eloquente nas redes sociais, porque neste espaço posso ter acesso abrangente e ao mesmo tempo mais íntimo com nossa gente. Ainda que essa pareça uma afirmação incoerente não é.  Moro distante da cidade e meu horário de trabalho não permite que eu esteja em tantos lugares quanto eu gostaria e não posso usar meu horário de trabalho para fazer política misturando interesses pessoais com os da empresa. Sou muito ética, jamais me promoveria dessa forma.  As redes sociais me permitem estar mais próxima do máximo de pessoas possível e, se elas quiserem e no tempo delas, poderem ler e estudar tudo que norteia minha vida política.

Tenho um certo desconforto com a milícia digital, pessoas que vivem de ofender e desconstruir a imagem do outro que pretendem crescer e se promover com a destruição de reputações. Infelizmente, esses são mais ativos e mais barulhentos nas redes que aqueles que são equilibrados e dóceis. No particular, tenho recebido muito apoio e tenho podido desenvolver diálogos bastante frutuosos com muitos teresenses formadores de opinião e empenhados no bem estar de todos e na construção de uma cidade melhor.

Quando penso em política, estou me oferecendo para servir. Política, para mim, não se trata de um projeto de poder, não se trata de ganhar. Se os teresenses quiserem uma mulher, administradora, bancária, produtora rural, mãe, uma cidadã movida pela ética e comprometimento com o outro, estarei à disposição.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408