Entrevista com o diretor presidente do Instituto Defesa Agro Florestal (Idaf) José Abreu Junior.
Gazzetta di Santa Teresa – Como está a situação Hidrica no ES?
Abreu Junior – Após a grande enchente de 2013 na região, a média de chuvas no Espírito Santo até 2014 era de 1200 mm, de 2015 em diante essa média caiu para 500 mm, tivemos uma queda brutal na produção hídrica, foram quase 3 anos de estiagem, foi a pior crise que o estado viveu, A região tem recebido uma recarga hídrica, mas não ainda não é o bastante
Somos proporcionalmente, o segundo estado mais irrigado do Brasil, (o primeiro é Alagoas), Caimos de 10 milhões de sacas de café para 5 milhões anuais. “No entanto essa crise tem sido didática”.
GST – O senhor afirma que a crise foi didática?
AJ – Sim, com isso governo começou a trabalhar na prevenção, facilitou o licenciamento para viabilizar novas barragens, cpm aumento de 400%. A crise também forçou o produtor a buscar licenciar suas barragens, tínhamos 740 barragens licenciadas em 2014, esse número saltou para 3700 em 2016. É o maior projeto de investimento em barragens do ES, cerca de 60, e um investimento de 60 milhões.
GST – Quantas em ST?
AJ – Em Santa Teresa são 7 barragens: Córrego Seco, Itanhanga, Santo Hilário, Rio Perdido I e II e 25 de Julho, Uma já pronta, duas em início de obras e as demais já licenciadas.
GST – Além das barragens que ações o Estado propõe para mitigar a falta de chuva?
AJ – O governo está preocupado com isso e está investindo 14 milhões em pesquisas que deverão entre outros indicadores, identificar culturas que resistam melhor ao stress hídrico e demandam menos água. Descentralizamos o trabalho, a pesquisa está sendo feito em conjunto com o Ufes, Ifes e Idaf.
Além do projeto “Reflorestar” que visa incentivar a expansão das matas nativas, onde o governo ajuda as pessoas que quiserem plantar espécies nativas em sua reserva legal, a ideia é Incentivar o plantio nas propriedades rurais precisam ter 20% de reserva legal e estão em débito ambiental.
GST – De que forma o governo sabe e fiscaliza as propriedades rurais?
AJ – Depois que chegou o monitoramento de imagens via satélite, ninguém mais engana os órgãos ambientais, o CAR é um outro instrumento de controle e planejamento, temos já cadastrados 133 mil propriedades rurais no estado, 56 mil são CAR já constituídos, 42 mil validados, desses validados, temos 222 mil hectares de floresta nativa.
O CAR quando concluído vai nos fornecer o raio X da ocupação espacial e da produção e suas demandas e o quanto há de floresta. Com isso iremos planejar com menos risco e menos erros e tornar as políticas mais efetivas. Em Santa Teresa já existem cerca de 1200 processos de cadastro abertos, nossa meta é que até a metade de 2018 estaremos concluindo o Cadastro, após a conclusão do CAR, teremos um diagnóstico preciso das atividades em todo o estado e se uma pessoa desmatou além do que devia, vai ter que implantar um PRA Plano de Recuperação Ambiental.