IDADE
Carlos de Faria, escritor e esperantista
Eu quisera gozá-los, meus janeiros,
Como quem bebe uma bebida forte,
E sonha mil delírios altaneiros,
Esquecido talvez da própria morte.
Mas me vejo no espelho desta vida,
Nas rugas que parecem mil caminhos,
No rosto do ancião que, de partida,
Perdeu as flores e só sente espinhos.
Ah, meu velho, você já foi criança!
E viveu e curtiu, teve esperança,
De ser feliz, talvez eternamente.
Mas, no ocaso da vida, você sente,
Que a idade, no fim, sempre desmente,
A ilusão que persiste na lembrança.
Faria,18/02/2001.
Carlos de Faria, escritor e esperantista
ETÀ
Vorrei approfittare la mia vita
Come chi beve una bevanda forte
E sogna mille deliri impossibili
Forse dimenticato dalla stessa morte
Ma mi vedo nello specchio della vita
Nelle rughe che sembrano mille percorsi
Nel viso dell’anziano che prossimo al grande salto,
ha perso i fiori e sono rimaste solo le spine.
Ah, mio caro vecchio, sei stato bambino!
Hai vissuto e approfittato, avuto speranza,
di essere felice, forse eternamente.
Ma, nella casualità della vita senti
che l’età, alla fine, sempre smentisce
l’illusione che persiste nel ricordo
Faria, 18/02/2001