In tei cafezai (Nos cafezais)
Foi no tempo em que os colonos formavam seus cafezais em terra nova das derrubadas de matas virgens. Mudas colhidas geralmente nos valões frescos para onde corriam os caroços na última “panha” e nasciam espontaneamente em touceiras. Adubo não precisava, a broca e o “bicho mineiro” não eram conhecidos. Isso sim: um ano dava bem e o outro de safra pequena. Na colheita, as lavouras bonitas ajuntavam homem e mulher, as famílias dos meeiros e do patrão. Eram muitos. Meninos de oito anos para cima já trabalhavam, meninas cuidavam dos nenês nas sombras frescas das roças. As crianças pequenas também iam e ficavam brincando de muitas brincadeiras…
A mãe notou que a Nina, de 14 anos, chegou mais tarde, desconfiada e arredia.
– Nina, fiola mia, che g’ai fatt? – perguntou-lhe a mãe reticente…!
-Niente, mamma. Giuan e io giocavem in tei cafezai, mi g’hà corresto in drio e mi g’hà ciapà. Ma, Mamma, el g’avea uma cavicia lunga cosí (fazendo o gesto), con la punta rossa, che se mi ciapa la pansa mi la sbusea; per fortuna, mi g’hà ciapà il bus della pissarola. Mamma mia!!! (o jeito é perguntar sobre o dialeto).