Lavoro Sacro – Luzia Seich Scaquetti
Arte em fibras
Por Monica Ferrari – Escritora e psicóloga, dedica-se desde 2001 ao blog Cena Vitória, que visa promover a cultura capixaba.
Ela anda com os pés no chão. Usa saia rodada. Veste-se com as cores da alegria. Traz efusiva expressividade. Natural de Santa Leopoldina e descendente de índios e alemães, LUZIA SEICH SCAQUETTI tem a ousadia dos perseverantes. De suas mãos nascem objetos decorativos e utilitários, executados com o reaproveitamento da fibra da bananeira. Cachepôs, porta-retratos, pufes, bolsas, caixas, móbiles, mesas, luminárias, molduras para espelhos, porta-lápis e porta-jóias são artefatos que compõem sua cartela criativa. De sua casa, localizada na rodovia que dá acesso ao município de Santa Teresa, é possível vislumbrar a diversidade da Mata Atlântica. A natureza é inspiração da arte inventada.
Experiências de vida são tecidas no espaço do tempo. Houve um período em que Luzia comercializou produtos cultivados em sua propriedade, na feira de hortifrutigranjeiros de Santa Teresa. Incentivada por uma de suas clientes e com facilidade para extrair a matéria-prima para aprender o novo ofício, Luzia decidiu participar de cursos de capacitação profissional. O saber foi redirecionado à comunidade local, por meio de oficinas que ministrou ao longo de três anos. Movimento em ato continuum de sustentabilidade social e de política de geração de trabalho e renda. Dinamismo coletivo.
A cadeia produtiva para a execução dos artefatos respeita o ciclo da natureza. Há um tempo específico que engendra cada uma das etapas. As fibras são extraídas do pseudocaule da bananeira. Das bainhas foliares é possível retirar fios com diferentes texturas. Os mais finos são utilizados para dar acabamento às peças, e os mais ásperos são aproveitados para a execução de trabalhos rústicos. Na sequência, as palhas são submersas em água sanitária, formol e amaciante. O processo de secagem assemelha-se à técnica de revelação fotográfica, Para se obter tons mais escuros, as fibras devem ser expostas por mais tempo e em locais com menor luminosidade. As peças concluídas são impermeabilizadas e retocadas com verniz fosco. Há aproximadamente quinze anos essa tem sido a rotina dos dias na vida de Luzia. Ciclo de energia em filtro de sonhos.
Arte nelle fibre
Cammina scalza. Usa una vecchia gonna. Si veste con i colori dell’allegria. Porta in sé un’effusiva espressività. Nata a Santa Leopoldina e discendente di indigeni e tedeschi. LUZIA SEICH SCAQUETTI ha il coraggio dei perseveranti. Dalle sue mani nascono oggetti decorativi ed utilitari, eseguiti riciclando la fibra del banano. Portavasi, portaritratti, puffi, borse, casse, mobili, tavoli, lampade, cornici per specchi, portapenne e portagioie sono gli oggetti che formano il suo book creativo. Dalla sua casa, posta sulla strada che da accesso al comune di Santa Teresa, si può vedere la diversità della Foresta Atlantica. La natura è ispirazione dell’arte inventata.
Esperienze di vita sono intessute nello spazio del tempo. C’è stato un periodo in cui Luzia vendeva prodotti coltivati nella sua proprietà, in fiere di frutta e verdura di Santa Teresa. Incentivata da una delle sue clienti e con l’abilità di saper estrarre la materia prima per imparare un nuovo lavoro, Luzia ha deciso di partecipare ad un corso professionale. La sua conoscenza è stata poi rivolta alla comunità locale, grazie a laboratori che ha coordinato per tre anni. Movimento in ato continuum di sostenibilità sociale e politica di creazione di lavoro e rendita. Dinamismo collettivo.
La catena produttiva per l’esecuzione dei lavori rispetta il ciclo della natura. C’è un tempo specifico che genera ogni tappa. Le fibre sono estratte dallo pseudo fusto del banano. Dalle guaine delle foglie è possibile estrarre fili di diversa sezione. I più sottili sono usati per dare il finale agli oggetti, i più grossi si usano per eseguire lavori rustici. In sequenza, le paglie sono immerse in acqua sanitaria, formalina e ammorbidente. Il processo di essiccazione è simile allo sviluppo di una fotografia. Per ottenere toni più scuri, le fibre devono essere esposte per più tempo ed in punti con poca luminosità. Gli oggetti finiti vengono impermeabilizzati e ritoccati con vernice scura. Da circa 15 anni questa è la routine quotidiana di Luzia. Il ciclo di energia nel filtro dei sogni.