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Lixão a Céu aberto em Santa Teresa, descaso com a saúde pública


Montanhas de lixo, forte odor, animais e vetores de doenças em ambiente insalubre, com  pessoas sem EPI em contato com material contaminante. Um caso de polícia e saúde pública. O complexo se encontra funcionando fora de todas as normas técnicas e sanitárias, colocando em risco a saúde dos agentes ambientais que reclamam das condições a que foram submetidas pela antiga gestão.

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Lixo disposto diretamente no solo, a área não tem portão para evitar a entrada de animais

A Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos de Santa Teresa Têm sido visitada por vereadores e secretários, todos saem escandalizados com a situação que presenciam. Mas aquilo que o STNews denunciou em 2019, até agora nenhuma instância de poder tomou providência relativa a esse caso grave de descaso com a saúde pública.

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Não há calhas de recolhimento de chorume, nem critério de disposição

Lúcio Góes divulgou em sua página “Acorda Santa Teresa” a situação da usina que pode se afirmar que em pleno século XXI, é um lixão a céu aberto com chorume contaminando o solo e consequentemente o lençol freático.

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Mas o que os visitantes encontram quando entram na suposta usina? Local insalubre, alto fedor, resíduos acumulados há mais de 5 meses em contato direto com o solo,  pessoas trabalhando no meio do lixo, juntos com urubus, cachorros, moscas e minhocas quando estas sobem à superfície para se alimentar do chorume. A triagem é feita na estrutura de transbordo na forma mais primitiva como em um lixão (pessoas revirando lixo).

O sistema se encontra sucateado, caminha por dentro do que há de mais marginal no setor de resíduos sólidos. A estrutura do galpão de recepção está comprometida, a ferrugem avança em alguns pontos.  De acordo com os agentes da usina, o galpão estava inclinado há 2 anos, devido um acidente com um dos tratores e só foi “remediada” antes das eleições,  mas a estrutura ainda está fora de prumo. Equipamentos sem manutenção, mal cuidados, enferrujados, jogados, picotadeira de madeira e de plástico, sem uso, esteira apesar de existir, não está sendo usada.

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Fiação exposta, perigo constante.

Os resíduos estão sendo dispostos às margens de uma lagoa limítrofe dos 10 mil metros pertencentes à usina.

Os agentes dizem que não são valorizados, que não ganham o suficiente, que trabalham muito, pois são 8 pessoas operando quando são necessárias 15 que é o total registrado na cooperativa. A agente ambiental Sandra Rodrigues diz que a falta organização e técnica é culpa do descaso público “Não está sendo utilizada nenhuma técnica, a falta de organização e inadequação do local de disposição prejudica a triagem, resultando em pouco aproveitamento e muito risco para todos nós. Isso aqui só funcionou no tempo da Magaly Broseghini, naquele tempo, nós trabalhávamos tambem a compostagem”. Explica.

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De acordo com a presidente da cooperativa que opera a usina, Dulcileia Da Conceição De Jesus, diz que o trabalho da cooperativa é só reciclar. “A retirada do lixo é com a prefeitura,

a nossa parte estamos fazendo, que é a reciclagem”. Argumentou.

O prefeito Kleber Medici informou à redação que antes da transição, a administração anterior fazia crer que estava tudo mil maravilhas e que ia ficar dinheiro em caixa, mas segundo medici, a situação encontrada não reflete a alegação. “Em muitos setores estamos nos deparando com diversos problemas que precisam de solução a curto e médio prazo. Sobre a questão da Usina, quando tomei ciência da situação fiquei assustado, não esperava tanta desordem. Marcamos uma reunião com a empresa que faz o transporte dos resíduos, e a representante nos informou que desde o mês de Abril de 2020, havia alertado à prefeitura sobre a necessidade de começar um novo processo licitatório, mas nenhuma providência foi tomada. Uma vez que não foi feita a licitação, o lixo acumulado de meses precisa de R$ 120.000,00 para fazer a retirada. Segundo o representante da empresa responsável pelo transporte, este é o valor estimado para transportar lixo da gestão anterior. Estamos tentando contornar a situação procurando agilizar o processo licitatório ou uma outra alternativa para não parar. Espero que nos próximos 3 meses possamos normalizar a situação,. É um caso complexo, não deveria ter chegado ao ponto que chegou. A gestão anterior deveria ter o cuidado de preparar o procedimento licitatório desde abril, conforme o alerta da empresa transportadora dos resíduos , mas, infelizmente, isso não aconteceu”. Explicou.

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Resíduos depositados às margens da lagoa, tributária do rio Timbuí
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Devido o secretário ter acabado de assumir, em breve solicitaremos entrevista para estar falando sobre o futuro da Usina de triagem de resíduos de Santa Teresa.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408