Luthieria, um hobby, madeira, uma paixão
Luthieria, um hobby, madeira, uma paixão
Um leitor do STN me sugeriu registrar o trabalho de um luthier em Santa Teresa, fiquei surpreso em saber que na cidade tinha alguém que fazia instrumentos musicais, Fui.
Visitei-o em sua elegante casa no bairro Canaã, depois nos deslocamos aos fundos da residência onde se podia ver uma oficina e ao lado uma Kawasaki 900cc. Com a simplicidade natural dos descendentes de imigrantes da Lombardia, José Joaquim Aliprandi, mostrou sua bem aparelhada oficina e um pouco de sua arte. Confira.
Entrevista com o luthier José Joaquim Aliprandi
STN – Como foi que você se inclinou para a feitura de instrumentos musicais?
José Joaquim Aliprandi – Sempre tive vontade de mexer com madeira, mas lá pelos anos 80, nessa época eu construí um torno usando o motor da máquina de lavar, comecei a tornear madeira, e daí veio a vontade de construir um instrumento, fiz violão, mas não ficou bom, depois disso eu investi R$4.500 em um curso de Luthier em João Neiva, meu mestre é o Sr. José Roberto Lemos, chamamos ele de Beto, isso foi em de 2012.
STN – Um Instrumento feito por um luthier, é único, é uma peça com personalidade, isso é algo que o mestre não consegue transmitir, como foi no início?
JJA – Verdade. Eu já possuía alguns conhecimentos técnicos sobre o violão, quando vc faz um curso de Luthier você não aprende tudo, tem coisas que você tem que se virar, afinação, micro-afinação, fazer um violão hoje para mim é muito fácil, tenho meus moldes, desenho, faço as laterais, entorto as madeiras, monto o vilão. Porém depois dele pronto, aí é que vem o mais importante trabalho, que é fazer as compensações de cordas grossas com cordas finas, é bem complicado, mas é desafiador e crescentemente cria uma expectativa única sobre o instrumento, é o ouro da coisa, mas o trabalho artesanal, para mim, não é difícil.
STN – Você ingressou na lutheria por hobby, qual a sua formação?
JJA – Estudei na Esfa, fiz Edificações, Engenharia de Segurança, Segurança do Trabalho, Justiça do Trabalho, Segurança Patrimonial. Fui fotógrafo e também topógrafo, inclusive aquele teodolito suíço Kern que se encontra em exposição na Secretaria de Cultura e Turismo pertenceu ao Decki Ruschi, irmão de Augusto Ruschi, eu trabalhei com esse teodolito, é um instrumento todo analógico, para medir a distância necessitava ter ajudantes junto com você puxando a trena, mas hoje a tecnologia já faz tudo isso.
STN – Conta um pouco da sua história para nós.
JJA – Nasci em São Lourenço, em frente a Cantina Mattiello do outro lado do rio, meus irmãos ainda moram lá. Casei e fui morar em Santo Antônio do Canaã, depois voltei para cá, comprei essa casa, tenho duas filhas, uma publicitária (28) e uma doutora em arquitetura pela UFRJ, coordenadora de mestrado (38).
STN – E essa moto?
JJA – É uma Kawasaki 900 cilindradas, vendi uma propriedade rural e comprei essa moto, virei motociclista, ando pelo Brasil a fora, já viajei para Salvador, Santos, Curitiba, Parati, Porto Seguro, ano retrasado eu fui sozinho na Serra da Canastra, fiquei em um hotel chamado Recanto dos Pássaros, e foi umas das melhores viagens que eu já fiz, visitei 12 cachoeiras, inclusive uma cachoeira de 186 metros de altura, fomos até a nascente do Rio São Francisco, meus amigos falam que querem conhecer Nova Iorque, Paris, Veneza, aí eu digo que quero conhecer o Brasil, quero viajar pelo Brasil, porém durante a pandemia não tenho viajado, talvez o mês que vem, eu vá lá para Goiás ou Mato Grosso.
Confira as dicas de Joaquim Aliprandi
Liutaio, un hobby, legno, una passione
Un lettore mi ha suggerito di presentare il lavoro di un liutaio di Santa Teresa e la cosa mi ha molto sorpreso, o meglio mi ha sorpreso il fatto che in città ci fosse una persona che costruisce strumenti musicali. Ho così visitato la sua elegante casa nel quartiere Canaã per poi recarci dietro la stessa dove si poteva vedere il laboratorio e vicino una Kawasaki 900. Con la naturale semplicità dei discendenti di immigranti lombardi, José Joaquim Aliprandi ci ha mostrato il suo bel laboratorio ed un po’ della sua arte. Ecco cosa ci ha detto.
Intervista con il liutaio José Joaquim Aliprandi
STN – Come è arrivato a produrre strumenti musicali?
José Joaquim Aliprandi – Ho sempre voluto lavorare con il legno e negli anni ’80 mi sono costruito un tornio usando il motore di una lavatrice ed ho iniziato a tornire legno e così è arrivata la voglia di costruire strumenti, ho fatto una chitarra senza buoni risultati ed allora ho investito 4500 Reais in un corso di liutaio a João Neiva, avendo come maestro il Sig. José Roberto Lemos, che chiamavamo Beto, ciò è avvenuto nel 2012.
STN – Uno strumento costruito da un liutaio è unico, è un qualcosa con personalità, un qualcosa che un maestro non riesce a trasmettere, come è stato l’inizio?
JJA – Verissimo. Già avevo alcune conoscenze tecniche sulla chitarra, facendo un corso di liutaio non si impara tutto, ci sono cose che bisogna saperle scoprire, accordo, micro-accordo. Fare una chitarra oggi per me è facile, ho i miei stampi, disegno, faccio le laterali, piego il legno, monto la chitarra. Ma, una volta pronto, viene la parte più importante del lavoro, che è fare la compensazione delle corde tra grosse e fini, cosa non facile ma sfida intrigante che crea attese sullo strumento, è l’apice della cosa però, il lavoro artigianale, per me non è difficile.
STN – Lei è entrato nel mondo dei liutai per hobby, quali studi ha fatto?
JJA – Ho studiato al Esfa, ho fatto Costruzioni, Ingegneria della Sicurezza. Sicurezza del lavoro, Giustizia del Lavoro, Sicurezza Patrimoniale. Sono stato fotografo ed anche topografo, ad esempio quel teodolito Svizzero Kern che si trova in mostra presso l’Assessorato di Cultura e Turismo che appartenne a Decki Ruschi, fratello di Augusto Ruschi, è stato da me usato, uno strumento totalmente analogico e per misurare la distanza bisognava avere un aiutante per tirare il filo, cosa soppiantata oggi dalla tecnologia.
STN – Ci racconti un po’ la sua storia.
JJA – Sono nato a Lourenço, davanti alla Cantina Mattiello sull’altro lato del fiume, i miei fratelli abitano ancora là. Mi sono sposato e sono andato ad abitare a Santo Antônio do Canaã, poi sono tornato qui, ho comprato casa, ho due figlie, una fa la pubblicitaria (28) e l’altra è architetto laureata presso la UFRJ, coordinatrice di corsi master (38).
STN – E la moto?
JJA – È una Kawasaki 900 di cilindrata, ho venduto una proprietà rurale e l’ho acquistata, sono diventato motociclista, vado in giro per il Brasile, sono già andato a Salvador, Santos, Curitiba, Parati, Porto Seguro, l’anno scorso, da solo, nella Serra da Canastra alloggiando in un hotel chiamato Recanto dos Pássaros, uno dei più bei viaggi che mai abbia fatto, conosciuto 12 cascate, di cui una alta 186 metri, siamo andati fino alla sorgente del fiume São Francisco. I miei amici vorrebbero conoscere New York, Parigi, Venezia, ma io voglio conoscere il Brasile, girarlo visto che durante la pandemia non ho fatto viaggi, forse il prossimo mese faccio un tour in Goiás ou Mato Grosso.