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Maniqueísmo, a arte do discurso raso

Por Gregrório Venturim

O Maniqueísmo foi uma corrente religiosa,na qual enxergavam mundo apenas em dois pontos de vistas, ou seja, espírito e matéria, razão e paixão, bem e o mal, atualmente passamos a denominar a doutrina ou visão com base também em somente dois pontos opostos. Na área da política vemos a exploração de forma demasiada, por se tratar de uma seara extremamente fértil com condição de originar argumentos sem muito fundamento, apenas nessa visão entre dois pontos opostos,com utilização das ferramentas como o reducionismo,a intransigência e a alienação, tudo para fazer defesa de uma tese.


O Reducionismo, nos debates de temas políticos,limita e restringe debates a paixões, onde vale o que “eu acho” como sendo certo e verdadeiro, ao invés daquilo que os fatos e dados revelam como verdadeiro. Dessa forma, iremos terminar sempre em discussões vazias, recheadas de chavões que não levam a lugar nenhum, não se vai ao centro dos problemas, a preferência é pelo imediatismo. A forma intransigente de pensar, na realidade reproduz o não raciocinar e não refletir, gerando uma pseudo segurança, uma certeza imperfeita postas em redomas, promovendo sentimentos ruins, que resultam tão somente na desconstrução de espaços de diálogo, principalmente democrático. Esse tipo argumentação, não permite uma real evolução de debates,ao contrário, se blinda contra qualquer argumento e viram paraíso de pensamentos simples e preguiçosos.

Não diferente, a alienação, promovida pela fragilidade ou até pela falta de senso crítico dos indivíduos completa o leque das formas obtidas pelo maniqueísmo, a ideia principal é induzir que de maneira automatizada através da repetição, as pessoas internalizam os pensamentos que lhe são passados como verdade.Entorpecendo a autorreflexão e com isso as escolhas ficam contaminadas pelos estigmas impostos à posição que se coloca contrária ao pensamento inicial proposto.Nesse sentido, se faz necessário,diante do pensamento maniqueísta, não fiquemos confinados numa visão simplista de posições opostas e possamos enxergar a existência, ainda que de forma parcial, demais uma razão e verdade válida,principalmente sem rotulá-las.