Nada é difícil para quem é disposto
Piero A. Ruschi é o filho que Augusto Ruschi teve para defender o seu legado. Biólogo pós-graduado com Mestrado e Doutorado no Museu Nacional/UFRJ, especialista em beija-flores e fundador do Memorial Augusto Ruschi, o filho de Augusto Ruschi é candidato ao cargo de Diretor do Museu Mello Leitão/Instituto Nacional da Mata Atlântica.
“As lições de vida que meu pai me deixou, me ajudaram a superar todas as dificuldades, com destaque para a fé, em Deus, no bem e na certeza de que Nada é difícil a quem é disposto – Nihil Difficile Volenti – Brasão da família Ruschi, presente de meu pai”. Piero A. Ruschi.
STN – Você seria homenageado juntamente a outros capixabas em Seção Especial na ALES, comemorativa ao dia que o Brasil foi salvo das garras dos comunistas pelos militares. Pode nos contar sobre sua participação no movimento de Direita capixaba?
Piero Angeli Ruschi – O Brasileiro deve muito à atuação dos militares em defesa dos direitos constitucionais. Em 1964 o Brasil não dispunha de um movimento de direita na sociedade civil e essa lacuna foi utilizada pela esquerda para tentar implementar o comunismo, chegando a utilizar táticas de guerrilhas. Esse escalonamento foi contido pela atuação dos militares, que eram o único fronte de combate ao comunismo no Brasil naquela época e salvaram o Brasil. Todo brasileiro deveria assistir ao documentário “1964: o Brasil entre armas e livros”, da Brasil Paralelo. É uma aula fantástica sobre esse importante capítulo da história do nosso povo. Passados quase 60 anos, vivemos hoje um novo período de livramento liderado pelo Presidente Bolsonaro. A diferença é que hoje a sociedade civil está mais preparada, sobretudo intelectualmente, graças ao trabalho do filósofo Olavo de Carvalho, cuja obra cria o próprio pensamento teórico da direita no país, e que antes estava restrito apenas às tradições religiosas e familiares. Aqui no ES, um dos poucos estados brasileiros que não alinhou sua governança estadual com a Direita nas eleições de 2018, vemos o movimento de Direita lutando pelas liberdades constitucionais dos capixabas. Além de apoiar essa luta, eu também tive a honra de somar a ela através dos trabalhos do Memorial Augusto Ruschi, resgatando a identidade do Patrono da Ecologia do Brasil, que foi um capixaba conservador e Patriota, para que seu exemplo possa servir ao país e não seja mais distorcido e usurpado por esquerdistas aproveitadores que inclusive usam as mentiras sobre meu pai em ataques de ódio direcionados ao presidente Jair Bolsonaro e aos militares de 1964 em rádios e lives.
STN – Recentemente você está sendo cotado para ser o Diretor do Museu Mello Leitão/Inma. O que lhe motivou a buscar a Direção do Museu?
Piero – Foi a percepção de que eu posso fazer que o Museu/INMA produza mais do que as pessoas esperam daquela instituição e isso trará muitos benefícios à sociedade. Eu passei a infância e a juventude ouvindo pessoas dizerem que eu deveria ser o Diretor do Museu, mas naquela época aquilo não fazia sentido para mim, pois eu tinha a impressão de que como diretor eu faria apenas aquilo que estava sendo feito por outros. Por isso segui meu caminho próprio, estudando beija-flores sem vislumbrar a direção do Museu. Não foi um caminho fácil e teve sempre o peso extra da responsabilidade de carregar o nome do meu pai. Precisei de muita dedicação aos estudos e foi peculiarmente difícil por ter sido justamente o caminho pelo qual descobri a perseguição que fazem ao meu pai, ao legado que ele deixou ao país e a mim mesmo por defendê-lo. Felizmente, as próprias lições de vida que meu pai me deixou me ajudaram a superar todas essas dificuldades, com destaque para a fé, em Deus, no bem e na certeza de que nada é difícil a quem é disposto – Nihil Difficile Volenti, conforme as palavras no brasão da família Ruschi que meu pai me deu.
STN – Então, você vem buscando tornar-se diretor há algum tempo?
Piero – Não exatamente. Tomei a decisão de concorrer ao cargo em 2021, ano que abriu o edital de busca ao novo diretor do Inma. Mas já venho trabalhando há alguns anos identificando pontes para o desenvolvimento de trabalhos relacionados à Mata Atlântica junto ao Museu/Inma. Iniciei as buscas exatamente após a eleição do Presidente Bolsonaro. O dia 28 de outubro de 2018 foi o dia em que recuperei minha confiança no potencial de entrega das instituições federais brasileiras. É apenas uma questão de trabalhá-las corretamente, ou melhor, de serem trabalhadas pelas pessoas corretas.
STN – Você disse que sofreu perseguições. Pode nos contar sobre isso?
Piero – Entre o falecimento do meu pai em 1986 e minha idade adulta, a população se acostumou a enxergar o Museu como instituição palatina da memória de Augusto Ruschi, então algumas pessoas passaram a usar a própria instituição para distorcer a memória e identidade de meu pai. Essas pessoas reagiram assim, me caluniando, quando foram confrontadas com exposições sobre quem foi e o que de fato aconteceu com Augusto Ruschi e seu legado. O importante é entender que isso é um desdobramento da pauta ambiental, que foi criada e iniciada por conservadores, mas acabou sendo apoderada pela esquerda. Pois então, o mesmo aconteceu com o Patrono da Ecologia do Brasil, um conservador, cristão de muita fé em Deus e Patriota, cujo legado e memória foi apoderado por esquerdistas lá dentro do Museu. Mas essas coisas são meros detalhes… estou preocupado mesmo é com o futuro do Museu/Inma. Hoje foco nas coisas boas que ele pode proporcionar às pessoas e ao meio ambiente. O conhecimento detalhado sobre o que se passa de fato lá dentro será instrumental para proporcionar essa mudança emergencial, antes que novos galhos tortos sejam plantados lá dentro.
STN – Por que considera essa mudança emergencial?
Piero – Não bastasse o histórico ruim do que vem acontecendo no Museu há mais de 3 décadas, eu fiquei ainda mais preocupado com o futuro da instituição após ler um documento institucional repleto de absurdos que tive acesso sobre as estratégias para o período de 2021-2030. Conhecendo o que conheço dali, ou seja, as entrelinhas, ler aquele documento foi não apenas como ler um atestado de que aquela instituição de grande destaque deixada por meu pai parou no tempo e regrediu, mas também um planejamento nefasto que está prestes a piorar ainda mais! Por exemplo, o documento relata que as pessoas que ali trabalham/pesquisam têm dificuldade de entender a própria identidade e missão – não poderia ser diferente, pois pregam uma coisa e fazem outra, inclusive oficialmente… dizem que defendem a memória de Augusto Ruschi, mas ignoram o próprio Memorial Augusto Ruschi para o distorcerem e utilizam isso para seus fins esquerdistas, como para atacar o Presidente Jair Bolsonaro; objetivam ser reconhecidos na produção de documentos, mas produzem documentos com informações falsas, como o documento que tentava embasar a justificativa para remover o Museu de sua localidade original… isso sem falar na ONG do Museu; e além de não dar o exemplo, comprometem o futuro da própria ciência e da sociedade onde atuam. Pasmem! O Museu dessa gestão vislumbra um projeto chamado “Ciência no bar”, que é um absurdo seríssimo por diversos motivos: primeiramente, bar não é lugar de se gastar dinheiro do pagador de impostos. Além disso, um projeto desses passa uma imagem aos jovens de que a bebida e a ciência são atividades complementares. Isso é um crime contra a ciência e a formação dos jovens cientistas além de ser também um atestado de descaso com um problema social chamado bebida na adolescência, que é uma realidade de inúmeras cidades no Brasil, incluindo Santa Teresa. A lista de absurdos é longa, mas toda ela reflete a visão turva da esquerda que controla o Museu há mais de 30 anos.
STN – Nos fale agora sobre o que vislumbra alcançar caso se torne o Diretor do Museu/Inma.
Piero – Quero que a instituição volte a ocupar seu local de destaque! Começando pelo que é mais rápido, que é colocar todas as potências que a instituição já tem em uso imediato, ou seja, parar de criar problemas para vender soluções. A maioria dessas potências requer apenas intervenções pequenas para dar grande retorno imediato à sociedade, tanto para a comunidade acadêmica que ali pesquisa quanto aos estudantes e visitantes turistas que ali buscam mais conhecimento sobre meio ambiente. Já os planejamentos mais robustos focam em trazer para a instituição pesquisas inovadoras centradas na tecnologia e meio ambiente a fim de melhorar a qualidade ambiental, a qualidade de vida humana e a potencialização das atividades industriais e agrícolas regionais. Eu faço questão de salientar aqui que não estou falando de ideias apenas… algumas dessas já estão no papel e muitas já foram sinalizadas positivamente por parlamentares políticos, representantes do setor industrial, engenheiros, biólogos. Tem muita gente querendo participar desses trabalhos junto ao Museu. Acredito que em 4 anos conseguiremos fazer muito mais que apenas consertar os galhos canhotos que foram plantados ali dentro. Conseguiremos também recuperar bastante tempo perdido, “decolaremos” o Museu/Inma para que ele “voe” junto das grandes instituições do MCTI. Esse é um futuro promissor que merecemos. Estou muito otimista, pois o Brasil vem tomando um rumo certo atualmente e sei que posso acertar o Museu para que ele desempenhe à altura do Brasil de 2022. Isso é algo que a sociedade, a verdadeira pagadora dos impostos que sustentam o Museu/Inma, tem direito, precisa e merece.