Nilton Broseghini, um homem do bem!
Filho do “Seu” Pedro e da “Dona” Olga, casal que se conheceu lá pras bandas do Vale do Canaã, Nilton é o segundo mais novo, de uma linda família com 10 filhos, todos com os nomes começando com a letra “N”, duas meninas e oito rapazes. Formado como Técnico em Edificações, ESFA 1975, saiu um pouco de sua terra para estagiu em uma empreiteira da Vale e trabalhar na CST. Voltando ao seu torrão, começou a plantar árvores. A primeira, um Pau-Brasil, plantou com uma ex-namorada no dia 21 de setembro de 1974, no pátio da AABB, comemorando o Dia da Árvore e também o aniversário da namorada. Hoje é conhecido como o “Homem de Meio Milhão de Árvores”, alusão à quantidade já plantada, que mantém em registro escrito.
“Seu” Pedro, amável personagem de nossa Santa Teresa, criou seus filhos com a barbearia, tendo ensinado a profissão aos filhos, alguns dos quais seguiram, por algum tempo, os passos do pai, cortando cabelo e “fazendo” a barba de todos nós da querida cidade. “Seu” Pedro era, também, um grande pescador. Até hoje Nilton mantém as ferramentas da profissão: tesouras, pentes, navalhas… e atende a pessoas acamadas, exigência de seu pai. Nilton tem duas filhas.
Trabalhou na Prefeitura de Santa Teresa como coordenador na Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Econômico, com ênfase na Educação Ambiental nas Escolas. Tratou de reflorestamento, oficinas de produção de mudas nativas da Mata Atlântica e coleta de sementes. Criou o grupo Bombeiros Voluntários, juntamente com os Bombeiros Militares do ES, em março de 1997, tendo sido pioneiro no Estado. Também auxiliou na implantação, em Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina, através de palestras e simulações.
Enquanto o grupo Bombeiros Voluntários ainda estava na ativa, foram debelados centenas de incêndios florestais e residenciais, e dezenas de atendimentos emergenciais em acidentes com veículos.
No Centro Educacional Leonardo da Vinci, participou no projeto Santa Semente, ensinando aos pequenos alunos a plantarem e a cuidar das mudas. Quando as mudas estavam em tamanho adequado, alunos do Da Vinci foram a Santa Teresa fazer a plantação definitiva das arvorezinhas. Também entregou, a um aluno da Escola, dezenas de garrafas pet cheias de anéis de latinhas de alumínio, para serem trocados por cadeiras de rodas. O exemplo foi ampliado.
Do salão da área por detrás da Igreja de Santa Teresa, podíamos observar “Dona” Olga preparando as comidinhas. Vez ou outra íamos lá saborear a produção de petiscos deliciosos.
Nilton também foi coroinha, ajudava a Missa em latim. Vestia as batinas marrom e bege, de acordo com a ocasião. Amarrado, na cintura, pelo cordão cheio de nós. Também brigava para tocar o sino. Ajudava a comer o que sobrava das hóstias “fabricadas” por “Dona” Tereza, no “Colégio das Irmãs”. E (será que pode ser dito?) entrava na disputa para tomar o restinho do vinho que sobrava na galheta, quando o padre acabava a Missa.
Sem contar os excelentes “engarrafamentos” dos vinhos que chegavam nas barricas de madeira… Com uma mangueira, os coroinhas dividiam o vinho em garrafas, fechavam bem fechadas e lacravam com uma cera derretida… Bem, vez ou outra, a mangueira recebia uma “sugadinha”. Lembra disso, Nilton?
Um homem de valor, que tanto devolveu e continua devolvendo, à cidade onde nasceu e onde construiu sua vida!