O aborto na bíblia
Por Jonas Mendes – Pastor, Bacharel em Teologia, Terapeuta Familiar, Psicologia Pastoral, Psicanalista em Formação e Empresário.
Segundo o Grande Dicionário de Medicina, aborto “é a expulsão espontânea ou provocada do feto antes do sexto mês de gestação, isto é, antes que o feto possa sobreviver fora do organismo materno.” O Instituto Gallup concluiu que 58% dos brasileiros são favoráveis a ele. Em Tiago 2.13, a Bíblia diz que “o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia.” Diante do valor da vida humana, concedida por Deus no ventre materno, o aborto provocado é um crime praticado contra uma vida inocente e indefesa. Não há qualquer referência bíblica que dê margem ao ato do aborto provocado, pois se trata de um ato em que a vida de um ser indefeso é ceifada.
Entendemos que a alma e o espírito são colocados por Deus no embrião, com a concepção. É oportuno dizer aqui que a vida humana, do seu início ao fim, está em grande parte encoberta por um véu de mistério que só o próprio Criador e Sustentador conhece. Ao que tudo indica, Maria a mãe de Jesus, já o tinha no ventre há um mês (quatro semanas), quando foi visitar Isabel, sua prima. Esta já estava com seis meses de gravidade João Batista (Lc 1.36), tendo nela, um feto de vinte e quatro semanas. A Bíblia nos mostra que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, “a criancinha saltou no ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo” (Lc 1.41). No ventre de Maria, não estava “uma coisa”, mas o Salvador do Mundo; no ventre de Isabel não estava um ser desprovido de alma, mas uma “criancinha” que pulou de alegria ao ouvir a bendita saudação. O Espírito Santo agiu ali através de uma “criancinha” ainda em formação.
O embrião é uma pessoa, mesmo sem ser uma pessoa completa, não é subumano. É uma pessoa em formação, em potencial. Da primeira à oitava semana (dois meses), completam-se todos os órgãos, apresentando inclusive as impressões digitais. Aos três meses, no útero, o bebê já está formado esperando crescer para vir à luz. Mesmo como ovo ou feto, desde a concepção, cremos que o bebê não só tem vida, mas possui alma e espírito dentro dele (Zc 12.1b).
Existem alguns tipos de aborto com suas respectivas implicações:
1. Aborto Natural: Ocorre por motivos ou circunstâncias naturais, implicando na morte do feto. Segundo a medicina, pode haver aborto por várias causas. Dentre elas, destacam-se as seguintes: “insuficiente vitalidade do espermatozóide; afecções da placenta; infecções sanguíneas; inflamações uterinas; grave exaustão, diabetes e algumas desconhecidas” (Reifler, p. 131).
2. Aborto Acidental: É resultado de um problema alheio à vontade da gestante. Uma queda, ou um susto acidental, inesperado e intenso podem provocar abortamento.
3. Aborto por razões Eugênicas: É o aborto por eugenia, isto é, para evitar o nascimento de crianças deformadas ou retardadas. Nós cristãos, segundo os princípios bíblicos, não acatamos tal conceituação, puramente humanista. Pessoas retardadas ou deformadas, ao nascerem, têm personalidade e características verdadeiramente humanas. E, por conseguinte, têm direito à vida. Abortá-las é assassinato.
Há ainda outros casos em que a sociedade alega razões para a prática do aborto, mas sem qualquer respaldo bíblico. Com exceção do caso em que a vida não totalmente desenvolvida do bebê constitui-se uma ameaça para a vida plenamente desenvolvida da mãe, não há motivo justificável à luz da Bíblia para a realização do abortamento. Todavia, lembremo-nos de uma coisa: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (Co 5.10). Que Deus te abençoe!