ColunistasMyrian Loureiro

O Beija-flor

Por Myrian Loureiro – Artista Plástica

As boas lembranças aquecem nosso pensar, confortam nosso espirito e nos fazem sorrir ante o fato de podermos saborear, saboreando o que passou, passado em nosso presente.
Minha MÃE de saudosa lembrança, preparando agua com açúcar, higienizando os bebedouros para as minúsculas avezinhas os beija-flores, afim de tê los perto. Era uma festa essas tochas vivas voando,
brilhando, onde a aparência de suas penas nos engana, por que nela suas cores cintilantes não são de pigmento, mas dum fenômeno conhecido como iridescência, que acontece quando as cores do arco íris são refletidas em uma superfície, daí o encanto.
Tão pequeno, mas seu coração é muito grande biologicamente, não hipoteticamente, pois é valente e brigão. Assim comem para se mover e se movem para comer, voando sem cessar. Entendemos que para voar precisa de leveza, porem sendo comilão alimenta –se de uma quantidade 8 a 10 vezes o tamanho de seu corpo, mas de puro néctar das flores, energizando-o, fazendo-o flutuar. Tudo é superlativo na vida desses pequenos passarinhos, voam sem parar, seus batimentos cardíacos chegam a 1200 por minuto. E,
em sua busca constante pelo açúcar das flores abertas faz-se prisioneiro do dia, do sol, da brisa, empoleirando-se a noite em lugar seguro em profundo torpor no escuro, quando a natureza adormece. Conseguindo ficar suspenso no ar, imóvel como poucos, voando para frente e para traz,
beija as flores, sugando-lhes seu néctar, carregando em seu bico o pólen, disseminando, polinizando milhares de delicadas plantinhas.
Peculiaridades entre tantas desse pássaro mensageiro dos deuses, símbolo de alegria e vigor o colibri assume a figura de um herói. Então nos deparamos com a tribo indígena colombiana do Arizona, a dos índios Hopi onde ele se mostra como figura dum bravo herói salvando a humanidade de fome, dada a germinação dos alimentos em abundância. –Assim como a tribo indígena colombiana, os Tucanos, o passarinho representa o órgão genital masculino, a virilidade, já que para eles os colibris copulam, com as flores.
Em verdade dá-se sua copula com extrema simplicidade, indo o macho sempre em busca de nova femea.
“A doce terra dos colibris”, Nossa terra Santa Teresa, celebrada em versos e contos ,contem habitat natural desses bailarinos do ar, enriquecendo-a de luz e calor….

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408