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Pescadores denunciam poluição e pesca predatória na represa da PCH de rio Bonito

Pescadores, preocupados com a situação da represa de Rio Bonito em Santa Maria de Jetibá, promovem abaixo assinado pedindo ao MP providências como fiscalização e um plano de manejo do manancial.

Entre outras coisas denunciam que a lagoa está contaminada com alto nível de fósforo e coliformes fecais, e depredada pela pesca predatória com o uso de malhadeiras e pesca de mergulho além da caça de animais silvestres e colocação de porteiras impedindo acesso a lagoa, que se transformou em um problema de saúde pública por conta da poluição.

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Foto da Prainha de Recreio em 2018, a área central de mata já não existe, foi derrubada para a construção de um chalé.

O produtor rural Ozias Alvarenga  chama atenção para o perigo que se tornou a represa de Rio Bonito com o agravamento dos vários problemas enfrentados pelos moradores do entorno e pescadores do local. “Nosso objetivo é a preservação da barragem, ela é linda, produz energia elétrica e abastece a capital Vitória com água, a ex-presidente Dilma Rousseff emitiu um decreto declarando a represa como manancial fonte de abastecimento de Vitória, Porém a represa está abandonada, todo tipo de lixo é despejado aqui, é o pinicão de Santa Maria de Jetibá, todo peixe tá contaminado com coliformes fecais, temos que alertar a população e as autoridades sobre a grave situação de poluição da barragem, que é um problema de saúde pública e de segurança.  Estamos organizando um movimento para cobrar das autoridades uma atitude para despoluir a represa. Rio Bonito já recebeu verbas  anteriormente para desviar o esgoto do rio São José e Santa Maria, tratando e jogando na lagoa água tratada, do jeito que está não pode ficar. Também temos que coibir a pesca predatória, pois já extinguiram muitas espécies nativas. 

Um professor da Ufes me disse que ele catalogou 70 espécies na represa e todas estavam contaminadas”. Denuncía.

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Vários portões e porteiras estão sendo instalados por conta de gente estranha dizendo que vai pescar e começam a caçar animais silvestres

O comerciante Ozimar Biasutti, que mora em Santa Teresa, pescador de lazer e admirador da represa há muitos anos, diz que o problema da barragem é a poluição. “Muitas famílias que moram em torno da barragem vivem da pesca, é um meio de vida para essas famílias, mas é preciso ter consciência de preservar a continuidade do negócio, no entanto eles estão matando a fonte de onde hoje eles tiram o próprio sustento, por exemplo, a tarrafa é tolerável pois quem têm consciência solta os peixes pequenos, mas a malhadeira é criminosa, porque quando o peixe malha, fica preso, ele morre pois o cara só vai olhar no outro dia, é preciso ter critérios para a pesca. A malhadeira devia ser proibida e o que mais tem na represa é malhadeira. Outro ponto é a pesca de mergulho, que é proibida em lagoa, é prática comum na represa de Rio Bonito”. Afirma.

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Foto aérea da represa da PCH Rio Bonito próximo As divisas das três Santas.

Darly Souza Maciel reclama que os sitiantes estão construindo muitas porteiras que negam o acesso à margem por conta do vandalismo e da caça predatória..  Existe também a questão da caça, grupos entram a noite em barquinhos, dizendo que vão pescar e na verdade vão caçar. Aqui onde eu moro é recorrente escutar tiros, barco rodando, cachorro latindo, pessoas até de município vizinho, montam barraquinha e dizem que vão pescar, por isso várias propriedades já fecharam seus acessos pelo fato de entrar todo tipo de pessoas, dizem que vão pescar e vão pegar pássaros, todos estão colocando porteiras nos acessos a represa. Explica.

 

A redação do STN entrou em contato com o vereador de Santa Maria de Jétibá, Rogério Schereder que prontamente nos atendeu e realizou uma pesquisa sobre a situação da barragem. “Após levantamentos realizados sobre a Barragem de Rio Bonito, o órgão responsável pela gestão de águas é a Agerh – Agência Estadual de Recursos Hídricos, que faz diretamente a fiscalização sobre contaminação e descartes de resíduos de grandes empresas ou indústrias. 

No município, a fiscalização é realizada pela Secretaria de Meio Ambiente que após receber denúncias é feito levantamentos e tomadas as medidas administrativas, notificação, multa por crime ambiental e encaminhamento de relatório ao ministério público. 

O Idaf, Instituto de Defesa Agropecuária Florestal, é um dos órgãos que faz a fiscalização das normas técnicas e devidas instalações e procedimentos administrativos, taxas, licenças etc. Para o funcionamos das granjas. 

Sobre o tratamento de esgoto no município em 2018 o então governador do estado Sr Paulo Hartung, anunciou que Santa Maria de Jetibá seria contemplada com maior programa ambiental do estado com investimentos de 20 milhões em tratamento de esgoto e afins, denominado de “ Programa de Águas e da Paisagem”,  porém infelizmente não houve continuidade dos serviços, tendo em vista que a firma que assumiu a obra, não conseguiu finalizar os serviços havendo então a desistência por parte dessa empresa, Segundo informação a obra já esta com novo processo licitatório para contração de nova empresa e retomada dos serviços. 

Na área rural, tem um projeto para pessoas de baixas rendas para aquisição e instalação das fossas Sépticas sendo administrado pela Secretaria de Planejamento no qual o cidadão interessado fará um cadastro para ter o benefício.

Na questão da pesca predatória existem alguns equipamentos que realmente é prejudicial, pois na captura dos peixes pois são pegos de diversos tamanhos diminuindo assim algumas espécies da Barragem. A Caça de animais Silvestres é Crime e deve ser denunciado a Polícia Militar Ambiental .

Na parte turística estamos com um projeto para incentivar e promover o turismo na região. 

Na parte esportiva estamos em contato com o grupo de remo do ES para inserir o esporte na Barragem o que é de muito interesse dos envolvidos. 

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Outra porteira instalada impedindo acesso a lagoa.

Questionada sobre a situação da represa, a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) 

informou que a fiscalização e as políticas de regulamentos de pesca não são serviços vinculados a esta Agência. “Informamos, ainda, que para que sejam realizadas ações de fiscalização, denúncias relacionadas ao uso irregular de recursos hídricos (captação, barramento e lançamento de efluentes) devem ser direcionadas à Agerh via Disque Denúncia 181 para que o órgão tome as medidas que forem necessárias”. Informou a assessoria de comunicação do órgão.

Telefones  Úteis. 

AGERH (027) 33476246 ou o disk denúncia 181

IDAF (027) 32631849

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE (027) 32634824

POLÍCIA AMBIENTAL (027) 37204907. (027) 36361650

DENÚNCIAS DIVERSAS (181)

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408