GeralSlide

Pestalozzi 30 anos, uma história de amor

Até o mês de novembro o STN estará mês a mês contando a história desses 30 anos de amor e de glória contada por aqueles que trilharam o duro caminho de manter a entidade em pé e com saúde. Hoje a entrevista é com uma das colunas da instituição, Leni Cruz.

STN – A Associação Pestalozzi completa em novembro 30 anos de serviço assistencial de apoio à pessoa com deficiência, você que é uma das colunas dessa entidade, sempre presente, conte-nos como tudo começou.

Leni Cruz – Era o ano de 1991, eu estava na prefeitura, do costume, conversava com a primeira dama da cidade, Cidileya Loureiro, quando ela recebeu uma comunicação que viria um grupo de Vitória para falar sobre um trabalho que poderia ser implantado aqui em Santa Teresa,  uma associação que cuidasse das pessoas com deficiência, naquela época eles falavam “pessoas especiais”, e então ela disse, -“Leni, hoje a noite a gente vai na câmara para ver qual é o propósito desse grupo para Santa Teresa. Então nós fomos lá e tinha a Lurdes Scalzer, ligada à educação, Jorge Natalli, Maria Alice Souza. Então decidimos nesta reunião fundar uma diretoria para implementar esses trabalhos para as pessoas com deficiência. Eu me lembro que fiquei como secretária, fiz a ata desse dia e muitas outras. Jorge Natali foi o primeiro presidente.

STN – Onde foi a primeira sede dos trabalhos?

Leni Cruz – Começamos com uma salinha anexa ao Pessanha Póvoa, onde a Graciosa Cecília fazia um trabalho com as crianças que apresentavam dificuldades de aprendizado. 

STN – Como a entidade veio para este local?

Leni Cruz – Esse espaço era de Celina Rodrigues e o marido de Dona Celina, Sr. Manoel Valentim,  tinha um sonho de construir aqui o Clube Atalaia. Ele até  iniciou, mas não deu sequência, e dona Celina já tinha um orfanato na casa dela, muitas vezes ajudei ela, então, ela trouxe o orfanato para cá, nesse momento morre o projeto do Clube Atalaia e nasce o orfanato de Celina Rodrigues. O município assume então o orfanato, empregando pessoas e fornecendo alimentação, estruturando e gerindo. Durou muitos anos, e quando uma parte do galpão ficou vaga, a prefeitura fez uma divisão e cederam uma salinha para funcionar a Associação Pestalozzi de Santa Teresa.

STN – A Associação Pestalozzi de Santa Teresa cresceu aqui.

Leni Cruz – Sim. As crianças do orfanato foram crescendo e indo embora. A cuidadora deles, Dona Preta, se mudou daqui, por último saiu  o Francenir, o Lúcio e o Luciano. Ainda funcionou aqui, por um período, a Casa de Passagem. E na frente iniciou-se os trabalhos com os meninos da Pestalozzi. Na época se entendia como escola, fizemos um projeto político-pedagógico e começamos a funcionar como escola, porém depois houve um entendimento da Federação Nacional que todas essas organizações da sociedade civil a eles vinculados, não seriam mais escola, mas pertenceriam à Assistência Social. Passamos então para a área da Assistência Social, mas com viés na educação e saúde.  

STN – Você foi presidente e é considerada uma das colunas dessa entidade, o que te motiva?

Leni Cruz – O amor dessas crianças, não sei se com a mesma intensidade, mas era o que motivava a Glorinha Monteiro que subia aqui, empurrando uma bicicleta, considero ela a pedra fundamental do trabalho inicial da Pestalozzi, uma senhora que foi assassinada aqui, ela fez um trabalho lindíssimo com essa instituição no início, sinto a mesma motivação, você pode chegar aqui triste, mas ao ver esses meninos, acaba toda a tristeza, eles são alegres, felizes, tem um carinho muito grande pelas pessoas, este contato com eles é edificante.

STN – Deixou a direção, mas continua voluntária?

Leni Cruz – Sim, quando deixei a presidência, eu disse: “Não estou deixando o remo, mas apenas a direção do barco”. Venho toda terça feira à tarde ajudar a Letícia a fazer o que tem que ser feito, e assim a gente vai ajudando a dar sequência. Tivemos muitos desafios… teve dia de vender o almoço pra comprar a janta, era complicado, mas os desafios continuam.

História da Associação Pestalozzi

Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) foi um grande educador suíço que dedicou sua vida a crianças carentes e à valorização do ser humano. Considerado por muitos o maior filósofo da humanidade, inovou a pedagogia da sua época influenciando a educação especial, escreveu obras literárias, políticas, filosóficas e pedagógicas, sendo algumas consideradas precursoras da sociologia; a maioria delas, entretanto, foi dedicada à educação. Pai da escola popular inspirou muitos estabelecimentos de ensino em todo o mundo.

Convidado a falar sobre si mesmo, Pestalozzi assim se descreveu: “Vivi como mendigo para ensinar os mendigos a viverem como homens”. E ao falar sobre seu trabalho, deixou-nos uma lição de vida: “Minha contribuição foi o amor que me fez buscar o que não sabia, e a fé que me fez esperar mesmo quando não havia nada a esperar”.

Influenciado pela obra de Pestalozzi, o alemão Thiago M. Wurt fundou em 1918, o primeiro Instituto Pestalozzi, em Canoas, Rio Grande do Sul. Também sob a mesma influência, Helena Antipoff, fundou em 1932, a Associação Pestalozzi de Belo Horizonte. A partir daí, educadores encantados com a filosofia Pestalozziana, fundam em todo o País Associações Pestalozzi que agregam por norma estatutária o nome do município onde são criadas.

As Associações Pestalozzi têm como símbolo uma rosa vermelha, pedúnculo e cinco folhas na cor preta, três de um lado e duas de outro, desniveladas. Estas entidades são filiadas à Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenasp) sediada no Distrito Federal, cuja missão é garantir a qualidade de vida das pessoas com deficiências, através da articulação de ações em defesa dos seus direitos e da construção de sua cidadania.

 

Pestalozzi 30 anni, una storia di amore

Intervista con Leni Cruz

STN – L’Associazione Pestalozzi, a novembre, raggiungerà i 30 anni di servizio assistenziale in appoggio alle persone con handicap e lei, che rappresenta una delle colonne di questa entità, sempre presente, ci racconti come tutto è iniziato.

Leni Cruz – Era il 1991, mi trovavo in Comune e, come spesso accadeva, parlavo con il sindaco, Cidileya Louriero, quando ricevette una comunicazione che sarebbe arrivato un gruppo da Vittoria per parlare di un progetto che avrebbe potuto essere installato qui a Santa Teresa, un’associazione che si prendesse cura di persone con handicap, all’epoca “persone speciali” e così mi disse: “Leni, questa sera andiamo in Consiglio per vedere che idee ha questo gruppo per Santa Teresa. Ci andammo e c’era Lurdes Scalzer, educazione, Jorge Natalli, Maria Alice Souza. In quella riunione decidemmo di fondare un consiglio per implementare questi progetti a favore delle persone con handicap. Ricordo che fui eletta segretaria, feci il verbale di quel giorno e in molte altre volte. Jorge Natalli fu il primo presidente.

STN – Dove fu la prima sede?

Leni Cruz – Iniziammo in una stanza nella Pessanha Póvoa, dove Graciosa Cecilia svolgeva un lavoro con bambini che presentavano difficoltà nell’apprendimento (quanto tempo restaste nella scuola Pessanha?)

STN – Come l’entità è arrivata in questo luogo?

Leni Cruz – Questo spazio era di Celina Rodrigues e suo marito, il Signor Manoel Valentim  che aveva il sogno di farvi il Club Atalaia. Addirittura aveva iniziato i lavori ai quali però non diede continuazione; la Signora Celina già ospitava un orfanotrofio a casa sua, spesso la aiutavo, e così decise di trasferire qua l’orfanotrofio, moriva così il progetto del Club Atalaia e nasceva l’orfanotrofio di Celina Rodrigues. Il Comune si fa quindi carico dell’orfanotrofio, mettendoci personale e alimentazione, strutture e gestione. Durò per molti anni e quando una parte degli spazi restò libera il comune la suddivise cedendo una stanza affinché vi funzionasse l’Associazione Pestalozzi di Santa Teresa.

STN – L’Associazione Pestalozzi di Santa Teresa è cresciuta qui.

Leni Cruz – Sì. I ragazzi dell’orfanotrofio crescevano e se ne andavano. Chi ne aveva cura, la Signora Preta, se ne è andata, per ultimo è andato via Francenir, Lúcio e Luciano. Per un periodo funzionò la Casa de Passagem. Ed iniziarono i lavori con i ragazzi della Pestalozzi. All’epoca la si intendeva come scuola, preparammo un progetto politico-pedagogico ed iniziammo a funzionare come scuola, seppur poi arrivò l’interpretazione della Federazione Nazionale per la quale tutte le organizzazioni della società civile a lei vincolate non sarebbero più state scuole ma avrebbero appartenuto all’Assistenza Sociale. Passammo quindi sotto l’area dell’Assistenza Sociale, ma con obiettivo l’educazione e la salute.

STN – Lei è stata presidente ed è considerata una delle colonne dell’entità, che cosa la motiva?

Leni Cruz – L’amore di questi bambini, non so se con la stessa intensità ma era quello che motivava Glorinha Monteiro che risaliva qui, in bicicletta, da me considerata pietra fondamentale del lavoro iniziato da Pestalozzi, una signora qui assassinata, che fece un bellissimo lavoro con questa istituzione all’inizio ed io sento la stessa motivazione; uno può arrivare qui triste ma, vedendo questi ragazzi, la tristezza se ne va, loro sono allegri, felici, vogliono bene alle persone, questo contatto con loro è costruttivo.

STN – Ha lasciato la direzione ma continua come volontaria?

Leni Cruz – Sì, quando ho lasciato la presidenza ho detto “non sto lasciando il remo, ma solo la direzione della barca”. Vengo tutti i martedì pomeriggio ad aiutare Letícia e così si va avanti. Molte sono le sfide…ci sono stati giorni che ho dovuto fare i salti mortali per poter andare avanti, momenti difficili, ma le sfide continuano.

Storia dell’Associazione Pestalozzi

Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) fu un grande educatore svizzero che dedicò la sua vita ai bambini poveri ed alla valorizzazione dell’essere umano. Considerato da molti il più importante filosofo dell’umanità, innovò la pedagogia della sua epoca influenzando l’educazione speciale, scrisse opere letterarie, politiche, filosofiche e pedagogiche, di cui alcune precursore della sociologia; la maggior parte di esse, comunque, fu rivolta all’educazione. Padre della scuola popolare ha ispirato molte strutture di insegnamento in giro per il mondo.

Invitato a parlare di se stesso, Pestalozzi si descrisse così: “Ho vissuto come mendicante per insegnare ai mendicanti a vivere come uomini”. E parlando del suo lavoro ci ha lasciato una lezione di vita: “il mio contributo è stato l’amore che mi ha fatto cercare quello che non sapevo e la fede mi ha dato la speranza quando non avevo più di che sperare”

Influenzato dall’opera di Pestalozzi, il tedesco Thiago M. Wurt fondò, nel 1918, il primo Istituto Pestalozzi, a Canoas, Rio Grande do Sul. Sempre sotto la stessa influenza, Helena Antipoff, nel 1932, fondò l’Associazione Pestalozzi di Belo Horizonte. A partire da lì, educatori affascinati dalla filosofia Pestalozziana fondano in tutto il paese associazioni Pestalozzi che da statuto mettono il nome del comune dove sono create.

Le Associazioni Pestalozzi hanno come simbolo una rosa rossa, peduncolo e cinque foglie nere, tre da un lato e due dall’altro, non a livello. Queste entità sono affiliate alla Federazione Nazionale delle Associazioni Pestalozzi (Fenasp) con sede nel Distretto Federale, la cui missione è garantire la qualità di vita delle persone con handicap, tramite azioni in difesa dei loro diritti e la costruzione della loro cittadinanza.