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Pop Ruas incomodam

A presença dos Pop Ruas no galpão da feirinha e na quadra ao lado da rodoviária tem incomodado os moradores do centro da cidade. A Secretaria de Ação Social diz que não vê saída para a situação e vai buscar auxílio do Ministério Público.

Há tempos que a presença de mendigos, desocupados ou pessoas em trânsito na área da feira têm incomodado a população.
A verdade é que não combina mais ter áreas insalubres no centro da cidade onde transita o turista que visita Santa Teresa.

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Moradores do Centro têm reclamado veementemente pelas redes sociais pedindo providências às autoridades competentes quanto a presença de desocupados, pedintes na quadra da rodoviária alegando insegurança quanto a deixar as crianças brincando na quadra.

O comerciante M.G. Aleprandi diz que a situação está insustentável. É uma vergonha pra gente e pra cidade ver pessoas defecando no galpão da feira, queimando as paredes, fazendo morada no espaço público, alguém tem que tomar uma providência”. Reclama.
Nossa reportagem esteve no galpão da feira fazendo uma conversa com os vulneráveis e escolhemos aleatoriamente 3 deles:

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Augusto, 46 anos : Sem qualificação profissional, há 2 meses em santa Teresa, usuário de de drogas ilícitas, maconha, crack, além de sofrer alcoolismo e depressão por rejeição familiar. Tem família no estado de Minas Gerais, possui 2 filhos que não citou nome nem idade.
“Vim trabalhar como caseiro na zona rural, mas o patrão não me deu boas condições e eu optei por melhor qualidade de vida nas ruas. Aqui na feirinha tomo banho , durmo, tenho amigos, faço meu uso pessoal e coletivo de entorpecentes.
Não achei lugar como albergue, moradores locais ou a polícia de modo grosseiro, nos chamam de vagabundos, imundos, fedorentos. Vivemos em comunidade, outros lugares são perigosos para nós, aqui ainda continua um lugar seguro. Não temos para onde ir”. Conta.

Maria, 40 anos. Usuária de entorpecentes, sofre de alcoolismo e depressão. Está 3 meses em Santa Teresa.
“Já estive outras vezes aqui, umas vezes boa outras ruins. Moro na rua porque sou obrigada. Sou usuária de drogas e meus familiares não entendem, não tenho com quem me tratar.
Fazemos tudo aqui, não temos onde ir, a assistência social vem aqui só para nos mandar embora”. Reclama.

José, 52 anos
“Estou a um bom tempo em Santa Teresa. Vim colher café, porém quem me contratou agiu de má fé, não me pagou a colheita. Não tive outra opção a não ser viver aqui. Já andei por muitas cidades, de carona ou a pé, aqui ainda é menos pior. Vivo sempre doente, com as mesmas roupas há meses. Me alimento mal e às vezes durmo com fome.
Já chegou gente nos agredindo por sermos andarilhos. Às vezes brigamos entre nós mesmos por conta de bebidas e drogas. Nenhum órgão veio até nós com intuito de ajudar, só ofender”. Afirma.

O Secretário de Ação Social Welder Zamprogno disse que a situação dos pop ruas é acompanhado pela secretaria que não vê alternativa dentro da lei para sanar a situação. De acordo o chefe da pasta, são realizadas visitas regulares aos desocupados por uma equipe multidisciplinar (uma assistente social, psicólogo e pessoa para fazer a entrevista e relatório) e também uma triagem para averiguar se o Pop Rua tem ficha criminal. “Nessas visitas eles são educados sobre o valor do trabalho e a importância do vínculo familiar, incentivamos eles a voltarem para casa. Desde que não estejam alcoolizados, é oferecido a eles a passagem, porém no mesmo dia ou no outro, eles estão de volta à cidade. Não podemos pagar passagem todo dia e não podemos impedir o direito de ir e vir e eles sabem que têm esse direito. Tem um que recebeu a passagem, foi embora e na outra semana trouxe o irmão. Uma coisa que é real é que os Pop Ruas de Santa Teresa não querem ir embora daqui, eles não querem retornar para suas famílias, por isso vamos buscar ajuda do Ministério Público”. Afirmou.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408