Relógio temático já é sucesso de crítica em Santa Teresa
Para conhecer mais sobre esse magnífico trabalho, entrevistamos Mauro Tacchetto Ferreira, descendente de imigrantes italianos, artista multifacetado autor do relógio temático “sonho dourado da América do Sul” que terá sua exposição inédita na terra dos colibris durante o Festival de Cinema de Santa Teresa (Fecsta). O relógio já é sucesso de crítica na cidade, confira.
STN – Venite a costruire i vostri sogni con la famiglia. Un paese di opportunità. Clima tropicale in abbondanza. Ricchezza minerale. In Brasile putete havero il vostro castello. Il governo da terra ed utensili a tutti. O que esta afirmação têm a ver com o relógio temático que você construiu
Mauro Tacchetto Ferreira – Foi por esse motivo que milhares de italianos emigraram para o Brasil em busca do sonho dourado Sul Americano.
Essa obra nasce das experiências de minhas incursões pelo interior do Espírito Santo e meu encantamento com a história. Visitei muitas propriedades que me chamaram a atenção por possuírem fantásticas estruturas mecânicas produzidas em madeira ( Quitungos) e ficava admirando a riqueza técnica pelas quais conseguiam desenvolver suas produções cotidianas.
STN – Você já havia trabalhado com projeto semelhante?
Tacchetto – Sim. Tive oportunidade de participar do projeto do Relógio do restaurante Vista Linda em Domingos Martins no qual projetei e esculpi o móvel do Relógio e a mecânica produzida por Sr.Floriano Huppe em parceria com Sr. Arlindo Assunção.
STN – Você sempre gostou dessa mecânica em movimento?
Tacchetto – Sim. Na verdade, sempre admirei muito os Relógios temáticos antigos produzidos na Europa e os Italianos e os Alemães trouxeram muito dessas tradições mecânicas para nosso Estado ex: João Ricardo Schorling que construiu o Relógio da Praça oito no centro de Vitória e Sr. Floriano Huppe de Domingos Martins em parceria com Sr.Arlindo Assunção construíram a mecânica do Restaurante Vista Linda, ficando ao meu cargo o projeto e execução do Baixo Relevo que Ornamenta o Relógio.
Esse meu trabalho em exposição resgata muito dessa Tradição.
STN – Quando foi que você concebeu essa ideia?
Tacchetto – Na década de 80 quando fazia Graduação em Artes Plásticas na Ufes.
Fui inspirado por esses profissionais. Surgiu a ideia de retratar a vida vida cotidiana do interior do Espírito Santo utilizando várias técnicas e linguagem: A mecânica, a marcenaria, a Arquitetura, a Pintura, a Escultura, a Música, a Poesia e a História.
Construí a mecânica com descartes de peças no “Zocata”, nome do ferro velho situado em Jardim da Penha.
Foram meses de experimentos para conseguir a humanização dos movimentos.
A experiência em escultura foi fundamental para a mecânica ativa gerar movimentos humanizados.
STN – Foi um trabalho de Pesquisa, Mecânica, Arte e História?
Tacchetto – Sim. A obra conta uma História; retrata o sonho, a promessa dos cartazes de propagandas das companhias de Navegação a Vapor que criavam a expectativa da saída da pobreza e a ascensão econômica no Brasil , a promessa da terra, da ferramenta e a possibilidade de construir o seu castelo. Era o sonho dourado na América do sul embalado pela música “Mérica, Mérica”
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